sábado, 10 de setembro de 2011

Abrindo o coração...


Oi meus queridos,

Existem momentos que a impressão que temos é que acabou o chão.
São tantas as angústias, as decepções, os tombos, são tantos os abandonos, os medos, as sensações de impotência que a nós, pobres mortais só resta o... “ACABOU”!
Só quem convive muito de perto comigo e Tainá, sabe a luta que tem sido estar em São Paulo.
Acho que somente Rosa, minha “quase irmã”, tem dividido conosco, “ao vivo”, os perrengues que estamos enfrentando. Devo a ela, além de grana, muito carinho, apoio, palavras de incentivo... tudo o de melhor que nos tem acontecido por aqui.
É claro que a família, os amigos e alguns parceiros que ficaram no nordeste, ajudaram no que foi possível a cada um, sou muito agradecida.
Porém, sem emprego (e eu já estava desempregada antes de vir para cá) sem uma pensão ou rendimento, está quase impossível permanecer em SP.
O tratamento meio que nos “anestesiou” a mim e a Tainá. Ficamos um tanto apáticas, quase contemplativas.
A criação e manutenção do blog, toma tempo, energia, desgaste emocional... O tratamento abate, cansa, machuca o corpo e alma.
Tudo está confuso e pesado!                                                   
O pão nosso de cada dia tem dependido do esforço de Adriana, na venda dos meus livros e de apoios esporádicos de Luizinho. Meu irmão Wagner, também deu a força que pôde.
Os patrocínios que eu esperava para o blog até agora não apareceram e a venda dos livros que eu trouxe, não aconteceu.
Acho que me deixei acomodar. Não corri atrás o necessário para garantir nossa estadia aqui, e assim, levar adiante o tratamento.
Sei que a culpa por estar passando por todo esse sufoco é minha. Nunca me preocupei em juntar pecúlio ou patrimônio. Não tenho reservas. Talvez isso seja distúrbio de caráter ou defeito de criação, sei lá... Tá feito.
A verdade é que está quase impossível resolver essa pendenga.
Meu aluguel é pago adiantado. E hoje, está atrasado.
Acredito que o mais viável, é interromper o tratamento e voltar para o nordeste. Não sei exatamente para onde, já que hoje, não temos mais casa, móveis, emprego... Mas, minha família está lá, meu filho, meus irmãos, raízes profissionais...
Vou tentar uma última cartada, ficar mais trinta dias por aqui, (se Deus ajudar) e saindo deste estado letárgico, correr atrás de patrocinadores locais, vender os livros que eu trouxe, enfim, abrir portas, criar condições para continuar na luta.
Terça-feira faço a biopsia da axila. Quarta começo a quimioterapia. Até o fim da outra semana, saberei se o câncer voltou ou não.
Tomara que eu consiga resolver pelo menos estes problemas.
Se tudo der certo e eu conseguir condições permaneço por aqui, e levo adiante o tratamento.
Se não, volto e tento continuar lá, o que tiver que ser feito.
Minha fé em Deus não me permite desespero. Desde o começo, entreguei a Ele minha vida e destino.
O hoje está imensamente sofrido, dolorido e apavorante, mas, o futuro ao Pai pertence...
A propósito, quem quiser saber sobre o livro “Salvados do exílio de mim”, dê uma olhadinha. Tainá fala dele, numa das primeiras postagens do blog.
Até amanhã.
Fiquem com Deus.
Um beijo,
Tania Pinheiro.

Um comentário:

Célia disse...

"...Minha fé em Deus não me permite desespero. Desde o começo, entreguei a Ele minha vida e destino"...

Suas palavras, Tania, deixam claro sua fé Nele! E, Ele não lhe faltará. Podemos sonhar, mas os desígnios Dele já estão traçados. Sua fé é o que a sustentará. Claro, que sei que nesta vida precisamos de bens materiais para sobrevivermos. Acredito que tudo o que passamos é lição de aprendizado de vida. Encaminho-lhe endereço de e-mail e do blog de um seguidora do meu que está à procura de novos escritores para uma feira e exposição ai em Sampa! Quem sabe, não é a sua chance?! Boa sorte! Abraço da Cèlia.

http://www.blogger.com/profile/18056836348679660578 (endereço do perfil e blog dela)

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