terça-feira, 27 de novembro de 2012

My happy day...



Oi meus queridos,

Enfim, chegou o dia: 60 anos.
Vamos combinar que é ano pra caramba!!!
Olhado para trás, vejo o quanto tenho a agradecer: Sou filha de pais incríveis, que me deram além de educação, senso de justiça, valores morais, bom gosto para música, arte e culinária, uma forte dose de ousadia, destemor suficiente para enfrentar e defender o que acredito!
Tenho irmãos que apesar das diferenças, são amigos, parceiros, solidários e IRMÃOS da forma que isso deve ser.
Amei e fui amada por homens que me fizeram feliz enquanto o amor durou, sendo que um deles foi meu parceiro na melhor ação da minha vida, que foi fazer meus dois filhos de e com AMOR!
Aliás, esse é um capítulo a parte na minha história: Me julgo a mãe mais feliz e abençoada do planeta. O “meu rapaz” é um homem digno, honesto, trabalhador e de bom coração. A “minha princesa” é tudo de bom que se possa imaginar e sinceramente, me faltam adjetivos para nominá-la. É meu anjo de luz!
Ao longo da vida, fiz bons parceiros e alguns amigos “para sempre”, e disso não é todo mundo que pode se gabar.
Trabalhei em projetos que me deram orgulho, alegria, certeza de dever cumprido. Imaginei e concretizei muitas coisas legais, que beneficiaram meus semelhantes, me dando a noção do que é solidariedade!
Escrevi. Muito. Coisas bonitas, denúncias, bobagens... Algumas vezes, emprestei minhas palavras para defender causas justas, sérias e realmente dignas. Fiz das palavras armas e pétalas de flores. E me sinto orgulhosa por isso!
Em 2010, tive a confirmação de um câncer. Juntei toda a minha fé, todo o apoio dos que me querem bem, toda a coragem que ainda vivia no fundo de mim, todo o amor e dedicação da minha filha, dos profissionais que me atenderam (obrigada Dr. Laura meu anjo de amor), e venci a doença: Duas vezes, na vinda e na volta!
Hoje, para mim é um dia realmente feliz: Dia de dizer, obrigada meu Deus por Sua misericórdia, proteção, benevolência e amor de Pai. Obrigada por tudo, até pelos momentos não tão bons destes 60 anos!
Quantos dias eu tiver, agradecerei.
Bendigo Seu nome e a minha fé. E como sempre digo, “Viver é melhor que sonhar”!



Mil beijos,
Tania Pinheiro.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

É somente um desabafo!



Oi meus queridos,

Desde que me conheço por gente, sinto incrível dificuldade para entender os provérbios e ditos populares. Confesso que alguns, até me provocam certa ira, outros desconforto e outros ainda, perplexidade!
Senão, vejamos:
“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!”.
Fura, ou acaba a água?
“Não importa a vitória, o importante é competir!”.
Tá bom, conta outra. Quem entra numa competição sem sonhar em ser o melhor?
“O pior cego é o que não quer ver...”.
Além de injusta e desumana a citação é um tanto burra! O pior cego é o que não tem bengala branca, nem cão guia.
“Ser mãe é padecer no paraíso!”.
Quem disse isso, só pode ter sido um homem. Que Mané paraíso!!!
Levar um filho na barriga por nove meses, depois sentir as dores das contrações (e às vezes, as do parto), dar de mama, lavar cocô... E aí, quando as preguinhas crescem, dobra o trabalho, a preocupação, os cuidados e gastos, até um dia em que, a criatura encontra “a sua metade” e você se torna a SOGRA, ou seja: o CÃO!
Paraíso... paraíso o caramba!
Mas, o pior pra mim nesse momento, é quando escuto:
“Fulano está na melhor idade!”.
O fulano em questão passou dos 60!
As vantagens? Bom... Não paga mais ônibus (quando o motorista para e ele consegue embarcar), não pega mais fila no banco (e aí, a família, os amigos e até a empregada lhe enchem de boletos, carnês, contas de luz, água...), também tem preferencia no atendimento em vários locais (quando é percebido).
As diversões são inúmeras: Jogar dama com os amigos na praça, ir ao baile da saudade, fazer ginástica às 6:00h da manhã com as “coleguinhas”, quando os dentes permitem (sic!) acompanhar os netos a churrascaria no almoço de domingo, receber a aposentadoria, lembrar-se dos tempos produtivos... Orar e pedir a Deus que nos livre das fraldas geriátricas, do Parkinson e do Alzheimer!
Melhor idade...
Terça-feira, me torno uma sexagenária. Por mais que eu quisesse brincar com as palavras, não é nada sexy fazer 60 anos! A Vera Fischer e suas muitas plásticas que me perdoe (ela faz 60 anos no mesmo dia que eu!), porém, nada muda essa realidade angustiante: A velhice chegou. Somos sexagenárias!
Minha sorte é não ser avó, pois eu afogava os monstrinhos ou deseducava, ensinando a dar língua, “dedo feio”, dizer palavrão, comer doce antes do almoço... coisas de velho... Sexagenária, melhor idade (risos).

Mil beijos,
Tania Pinheiro.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Eu e meus devaneios...



Oi meus queridos,

Hoje, 20 de novembro é o dia da Consciência Negra.
Sei que muitos não gostarão do que vou dizer, porém, não acho o termo adequado, me soa racismo ao contrário!
Em minha humilde opinião, consciência, inteligência, honestidade, honra, respeito humano, decência, solidariedade, razão, dignidade e principalmente amor ao próximo, são valores que não podem ser “coloridos”!
Não são brancos, negros, amarelos ou azuis. São valores muito maiores do que cores!
Como negroide que sou, já que em minha árvore genealógica as misturas são patentes, o meu sangue e DNA tem partículas portuguesas, negras, italianas, indígenas, tem até um uruguaio que se envolveu com minha tataravó... Devo declarar que me sinto constrangida com algumas atitudes “protecionistas e duvidosas”, que por decreto dizem beneficiar os negros.
Entrei na faculdade sem ENEM ou Cotas, e no meu tempo, não se fazia “cruzinhas” na múltipla escolha. A prova exigia respostas suas, que provassem o seu conhecimento!
Sou quase contemporânea de um dos meus maiores ídolos: o Ministro Joaquim Barbosa.
Este homem, negro, de família humilíssima, de história digna de filme, dono de uma inteligência que só não supera seu próprio caráter, que chegou a Presidência do Supremo por méritos e esforços próprios, lutando contra tudo e todos que pudessem mudar o rumo do seu sonho, que com determinação, destemor e sobriedade devolveu ao povo brasileiro a alegria de poder acreditar na justiça e no caráter de nossos eméritos Juízes, que usando das atribuições que suas togas lhes garantem, julgam e punem os erros de qualquer cidadão a eles apresentado enquanto réu, seja ele político, magnata, acadêmico ou um simples auxiliar administrativo.
O Ministro Joaquim Barbosa lavou-nos a alma, quando relatando os desmandos de poderosos antes inatacáveis e inatingíveis, decretou sem rancor ou arrogância, a culpa e a pena de cada um. E depois de tanta pressão, sorriu para as câmeras e fotógrafos do mundo inteiro. Foi como se nos dissesse com toda a sua simplicidade: “tentamos fazer justiça da forma mais honesta e coerente às nossas consciências. Graças a Deus estamos em paz”!
Hoje, dia em que se reconhece o valor do Negro, que com seu sangue, suor, arte, força, fé e amor a esta Pátria Brasil, construiu a história de um Povo, de uma Raça, linda, digna, altiva e única, saúdo com todo meu amor: Salve Zumbi dos Palmares, Viva Joaquim Barbosa!


Mil beijos, 
Tania Pinheiro.

domingo, 18 de novembro de 2012

Quando a ordem é calar...



Oi meus queridos,

Temos visto nos noticiários imagens de pânico, terror, violência e brutalidade inenarráveis!
A impressão que temos é que “Sodoma e Gomorra” é AQUI e AGORA.
São Paulo está vivendo um dos piores momentos de sua história: Nem mesmo nos tempos da ditadura, quando os desmandos e ações irracionais eram constantes, se viu tanta violência inexplicável, tanto terror pelo terror.
Todos os dias nos deparamos com chacinas, mortes de policiais, ataques a delegacias e postos de policiamento, fuzilamento de jovens (muitos inocentes) e até assassinatos incompreensíveis, como o de um bebê de 1 ano de idade, morto no colo da mãe, dentro de um carro, porque os bandidos queriam passagem e o pai da criança não entendeu...
Em Brasília, terminado o julgamento do Mensalão, penas estipuladas, fica no ar a pergunta: Será que vão aplica-las de verdade???
Será que os ladrões do erário público, cumprirão como “ladrões que são”, suas penas em celas comuns?
Será que não haverá apelos, apelações ou revisão de sentença, permitindo assim, que os fatos caiam no esquecimento e tudo fique por isso mesmo?
No Nordeste do Brasil, jornalistas que denunciam desmandos, falcatruas, desvios de verba ou gestão fraudulenta e irresponsável são ameaçados, processados, tratados como marginais e inimigos do povo.
A coação, arma comum a vários governantes, faz com que os menos corajosos se calem, “enfiem a viola no saco” e não cumpram com o seu papel de imprensa, que tem por obrigação, informar ao povo a verdade dos fatos, os fatos verdadeiros...
Enquanto Maluf é procurado pela Interpol, no Brasil, onde deveria estar cumprindo pena há muito tempo, o que vemos é, este mesmo senhor, apoiando o prefeito eleito pelo PT em São Paulo, mostrando-nos mais uma vez, “o quão dinâmica é a política”!
 As meninas índias amazonenses estupradas, a dizimação dos Guarani-Kaiowá as barbaridades de Belo Monte, os desvios de verba para “obras” da Copa, os remédios que vencem nos depósitos públicos, antes de serem distribuídos... Tantas e tantas situações calamitosas, que ninguém cita, ninguém grita, ninguém denuncia ou se rebela...
Me lembra 1964 quando a ordem era calar... e aí, me bate uma angústia, um medo, uma vontade de sumir...
Sei lá, preciso ver o mar com urgência, já que só ele me dá a certeza da força da natureza e da misericórdia de Deus!

* * *

Para Tulio Ratto e Ana Cadengue,


Profissionais que honram a sua profissão e me honram com a sua amizade, todo meu carinho, respeito e admiração!

Mil beijos,
Tania Pinheiro.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Agradecendo a graça do querer bem!



Oi meus queridos,

É maravilhoso saber-se e sentir-se amado. A vida fica mais colorida, o tempo não pesa tanto, os sonhos parecem possíveis... Tudo é diferente quando sabemos que alguém nos ama!
Porém, nestes tempos de câncer, descobri a graça do querer bem, digo de EU querer bem ao meu semelhante. Descobri o quanto é gostoso fazer algo, qualquer coisa, a menor que seja, para demonstrar ao outro, que ele é importante na minha vida, que me faz bem ter sua companhia, que me revigora sua amizade e seu carinho.
Ganhei muitos bem quereres nestes dois anos de tratamento. Médicos, enfermeiros, atendentes, pacientes e seus acompanhantes, o pessoal da recepção, do acolhimento, os ascensoristas, o pessoal da limpeza e conservação, os anjinhos do CAIO... Quantas pessoas me demonstraram afeto, respeito, consideração... Mas redescobri meus afetos mais “chegados”!
Meus irmãos, meu filho, minhas cunhadas (a Pati foi de uma doçura), minhas sobrinhas e sobrinhos, meus primos, meus verdadeiros amigos... todos demonstraram o quanto eu era importante e necessária em suas vidas e, por isso, não podia fraquejar ou desistir da luta! Minha filha, então, não sei nem como explicar tanta dedicação, cuidado, AMOR! Eu sou por demais abençoada!!!                                                                        
Neste domingo, meu irmão Felipe veio nos ver. A Tatá, eu e o Paulinho passamos a noite limpando e arrumando a casa para recebê-lo. Não dormimos e, apesar da fibromialgia da Tatá, ela não perdeu o sorriso ou o humor um só minuto!
Fiquei tão feliz em ter meu irmão aqui em casa. Fiquei orgulhosa da Tatá e de mim, por termos conseguido nos estabelecer, montar nosso cantinho com tanto capricho...
Minha casa tem pedaços de carinho de um monte de gente: Dos primos, do porteiro do meu antigo prédio, do Giuliano (meu dentista), do Wagner (meu irmão), da Rosa, da Lu e da Camila, enfim... carinho verdadeiro e incontestável! Tem nossas plantinhas que a Tatá cuida com tanto zelo, que nunca deixam de florir, tem as “bugigangas” que garimpamos nos brechós e ficaram perfeitas onde as colocamos...
Tudo nos faz sentir a mão do Pai, tudo nos prova a nossa força e determinação!
Estou muito grata a Deus por tudo o que tenho, mais ainda pelo que pretendo com as Suas bênçãos conseguir.
É muito bom amar e ser amado. Melhor ainda é reconhecer e dizer obrigada!

Mil beijos,
Tania Pinheiro.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Recado a alguém especial...



Oi meus queridos,

Acredito de coração que o amor é a maior força da vida. Acredito que ele, o amor, pode transformar tudo: o feio em belo, o rude em afável, o covarde em herói, o fútil em dedicado...
Acredito que pelo amor alcançamos graças inenarráveis, atingimos metas jamais pensadas, superamos barreiras indescritíveis, descobrimos o mistério de existir...
O amor, em todas as suas formas, eleva, dignifica, fortalece, embeleza...
Pelo amor nos tornamos sábios, mansos, sonhadores e solidários.
O amor, esse dom divino, mais do que graça é a prova da existência do Pai.
O amor perdoa, compreende, aceita, acolhe, recolhe, alimenta o corpo e a alma, o amor acalma, acalenta, engrandece e orienta, o amor nos faz melhores!
Abençoado o filho que tem o amor dos pais, e eles, por amar e ensinar aos filhos...
Benditos os que se doam por amor aos semelhantes, socorrendo, tratando, ouvindo, curando, e até mesmo devolvendo ao pó, quando necessário.
Que digam glória, aqueles que encontraram sua metade, seu parceiro, e com ele, projetam no amor seu futuro de alegria e esperança!
É muito triste quando um amor fenece. Quando, como flores não cuidadas, murcha, desfalece, perde o dom de embelezar e embevecer.
É muito duro, quando por imaturidade, arrogância, descaso, descuido ou incompetência, deixamos morrer um amor que nos dava alento, alegria e vontade de viver.
O vazio que fica, o amargo na boca, a dor funda no peito...
O que consola é saber que vai passar, que outro amor virá, e graças a Deus, o coração vai se abrir, se enfeitar de esperança, se iluminar e encher de poesia... e aí, volta o sorriso, a fé, a vontade de dar bom dia aos passantes, de rir de qualquer besteira, e agradecer ao Criador nossa memória curta e a eterna disposição para ser feliz!
Você sabe que é para você que estou escrevendo.
Então, não desespere: Vai passar!
Até lá, chore, se quiser chorar, xingue se quiser xingar, grite, esperneie, não abra a janela... Faça tudo o que lhe é de direito pra curtir a sua dor...
Então, daqui pra acolá, você vai ver, os olhos secam, as feridas cicatrizam, o sorriso volta e o mundo, que te esperava ansioso, abre seus braços fraternos e te recebe!
Viver é melhor que sonhar, e como dizia Gonzaguinha: A vida é bonita, é bonita ah! é bonita.

Mil beijos,
Tania Pinheiro.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Ainda sobre as renúncias...



Oi meus queridos,

Não sei se por incompetência minha, mágoa, falta de tato, sei lá, mas me parece que algumas pessoas não entenderam a última postagem; por isso, vou tentar explicar como me sinto: sou grata a Deus, a ciência, aos profissionais que me trataram e garantiram minha sobrevivência até agora, sou grata a Tainá, a família, aos amigos, a vocês, (principalmente a minha filha!), por terem me dado apoio, carinho, atenção, força, enfim... solidariedade, afeto humano.
Sou grata a mim mesma, por não ter desistido e continuar lutando pela vida, apesar de todos os sofrimentos, inseguranças e medos.
Porém, queridos, antes do câncer minha vida era outra: Eu era a dona da bola, eu dizia para mim e para quem dependia de mim (fosse da forma que fosse) quando, como, quanto, onde, enfim... Eu tinha controle da situação (ou achava que tinha! Risos).
Aí, quando adoeci o corpo, a alma sequelou. Não recuperei ainda, a força, a determinação, a capacidade de sonhar e fazer planos... ainda estou meio que, anestesiada!
Foi muita dor, muita angústia, muito medo, muita solidão... Foram muitos momentos de expectativa não me permitindo mostrar nem a mim mesma, o quanto me sentia frágil, pobre (de alegria, de esperança, de fé na vida), quanto tudo aquilo me assustava e mostrava meu real tamanho.
Não foi fácil, já que arrogantemente, sempre me achei forte, poderosa, dona das minhas verdades, senhora do meu destino!
De repente, sem trabalho, sem perspectivas, em um tratamento que durará no mínimo cinco anos, com a possibilidade do câncer voltar a qualquer momento, vendo o tempo passar e roubando-o da minha filha, que não vive a própria vida já se vão quase três anos, e que, por conta de tantas angústias e transtornos, está adoecendo física, mental e emocionalmente,  já que também para ela não é fácil conviver com uma pessoa que “antes era a mulher maravilha” e hoje se comporta como uma “velha doente e derrotada”!
Meus vícios ou muletas (o cigarro e a cerveja) foram meus parceiros de quase toda uma vida. Estou encontrando dificuldades para voltar a trabalhar, o que para mim é tão importante quanto respirar! Então, é justo que eu me sinta triste, lesada, revoltada até. A vida está me cobrando caro, e eu não estou vendo vantagens em continuar a luta.
Perdoem, mas é assim que estou me sentindo. Estou fazendo de tudo para aceitar estas novidades com humildade. Estou tentando ser serena e grata, porém entendam: não vai ser da noite para o dia. Conto com a força de vocês!

Mil beijos,
Tania Pinheiro.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ah! As renúncias...



Oi meus queridos,

Desculpem os dias de silêncio, mas depois de mais de um mês na expectativa do “voltou ou não voltou?”, tempo este que, tanto eu quanto a Tainá sofremos tentando disfarçar, rimos, quando a vontade era de chorar e muuuuuito... trocamos abraços e desaforos, tudo provocado pelo medo e a angústia de uma possível metástase!
Confesso que o alívio, depois da consulta com a Dra. Laura, me deixou meio idiota, com uma quase incapacidade de, tornar palavras sentimentos que rodopiavam no meu coração.
Já comentei várias vezes o quanto gosto de uma “gelada”, principalmente se acompanhada de boas companhias, música, alegria, e petiscos de primeira! Sou, como dizem no nordeste, uma “papudinha fuleragem”, ou seja, bebinha de terceira, já que não bebo nada além de cerveja e não tenho preferencia por marca: se vier gelada (e eu ainda ponho gelo dentro) e for no preço, “ta safo”!
Mas, na consulta com a Laurinha, recebi o “conselho” de dar um BOM tempo para as “louras” geladas, já que estou tomando uma carga pesada de medicamentos e... por conta da depressão, começo o acompanhamento com o psiquiatra dia 5, o que no mínimo, trará um remedinho a mais. Fazer o que? Pagar o preço...
Então, depois da renuncia ao meu querido “cilindro nicotilítico”, ou simplesmente meu cigarro companheiro de 45 anos, chegou o momento de me despedir das cervejotas!
O câncer tem me obrigado a renúncias jamais pensadas. Não sou hipócrita: morro de saudades de fumar, e sei, vou sentir muita falta dos meus “copinhos de prazer, cevada e malte”. É o preço da sobrevida!
Mas, devo isso principalmente a minha filha, que tanto faz por mim e morre de medo de que eu sofra um revertério, por conta da mistura fatal: álcool e medicamentos.
Como da outra vez, não vou prometer não beber mais, ou nunca mais. Porém, vou fazer “das tripas coração”, o possível, o impossível e mais um pouco, para ficar longe da alegria de um bom porre, de um gole grande e refrescante num dia de calor. Vou fazer esse esforço por ela, pelo imenso amor que sinto por ela, pela gratidão infinita e merecida que tenho pelos muitos cuidados, carinho, dedicação, parceria e principalmente AMOR INDESCRITÍVEL, que ela demonstra a cada dia. Pelas noites insones, por momentos de fome, frio, falta de amparo, pela vigília repleta de atenção, por os todos abraço de “força”, os beijos de “calma”, os sorrisos de “não me deixa”... juro, de todo coração, vou tentar. Certo, Tatá?

* * *

Para Wanderley Gradela,


Amigo de tantos anos, que por muitas vezes com seu carinho e atenção, me mostrou a importância da amizade. Obrigada pelos doces, pelo queijo, pela visita, pelo abraço apertado, por continuar meu amigo, mesmo estando eu tão difícil de ser suportada. Amo você! Valeu.

Mil beijos,
Tania Pinheiro.