quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ah! As renúncias...



Oi meus queridos,

Desculpem os dias de silêncio, mas depois de mais de um mês na expectativa do “voltou ou não voltou?”, tempo este que, tanto eu quanto a Tainá sofremos tentando disfarçar, rimos, quando a vontade era de chorar e muuuuuito... trocamos abraços e desaforos, tudo provocado pelo medo e a angústia de uma possível metástase!
Confesso que o alívio, depois da consulta com a Dra. Laura, me deixou meio idiota, com uma quase incapacidade de, tornar palavras sentimentos que rodopiavam no meu coração.
Já comentei várias vezes o quanto gosto de uma “gelada”, principalmente se acompanhada de boas companhias, música, alegria, e petiscos de primeira! Sou, como dizem no nordeste, uma “papudinha fuleragem”, ou seja, bebinha de terceira, já que não bebo nada além de cerveja e não tenho preferencia por marca: se vier gelada (e eu ainda ponho gelo dentro) e for no preço, “ta safo”!
Mas, na consulta com a Laurinha, recebi o “conselho” de dar um BOM tempo para as “louras” geladas, já que estou tomando uma carga pesada de medicamentos e... por conta da depressão, começo o acompanhamento com o psiquiatra dia 5, o que no mínimo, trará um remedinho a mais. Fazer o que? Pagar o preço...
Então, depois da renuncia ao meu querido “cilindro nicotilítico”, ou simplesmente meu cigarro companheiro de 45 anos, chegou o momento de me despedir das cervejotas!
O câncer tem me obrigado a renúncias jamais pensadas. Não sou hipócrita: morro de saudades de fumar, e sei, vou sentir muita falta dos meus “copinhos de prazer, cevada e malte”. É o preço da sobrevida!
Mas, devo isso principalmente a minha filha, que tanto faz por mim e morre de medo de que eu sofra um revertério, por conta da mistura fatal: álcool e medicamentos.
Como da outra vez, não vou prometer não beber mais, ou nunca mais. Porém, vou fazer “das tripas coração”, o possível, o impossível e mais um pouco, para ficar longe da alegria de um bom porre, de um gole grande e refrescante num dia de calor. Vou fazer esse esforço por ela, pelo imenso amor que sinto por ela, pela gratidão infinita e merecida que tenho pelos muitos cuidados, carinho, dedicação, parceria e principalmente AMOR INDESCRITÍVEL, que ela demonstra a cada dia. Pelas noites insones, por momentos de fome, frio, falta de amparo, pela vigília repleta de atenção, por os todos abraço de “força”, os beijos de “calma”, os sorrisos de “não me deixa”... juro, de todo coração, vou tentar. Certo, Tatá?

* * *

Para Wanderley Gradela,


Amigo de tantos anos, que por muitas vezes com seu carinho e atenção, me mostrou a importância da amizade. Obrigada pelos doces, pelo queijo, pela visita, pelo abraço apertado, por continuar meu amigo, mesmo estando eu tão difícil de ser suportada. Amo você! Valeu.

Mil beijos,
Tania Pinheiro.

3 comentários:

Célia disse...

Tania! Muito bom vê-la se debatendo contra os "vícios da vida"... Dizia Clarice Lispector: "O que não me faz bem, também não me faz falta!" Vejo ser por ai sua nova vida. Pensar no que lhe faz bem. Gostar de você. E, por você fazer todo o bem do mundo. Afinal o "cuidar" é muito próximo ao "amar"... Ame-se. Cuide-se na mesma medida de suas palavras que são carregadas de sabedoria. Fique bem.
Bj. Célia.

Carla Ceres disse...

Concordo com tudo que a Célia escreveu, Tania. No fim das contas, você vai se tornar uma nova Tania supersaudável. Siga os conselhos da Tainá. Ela te ama. Beijos pra vocês!

Letícia disse...

Força! Que a luta continua! Todos nós nessa vida temos que renunciar a algo pra continuar a batalha...