quinta-feira, 25 de julho de 2013

“Ê nóis”!


Oi meus queridos,

Faz tempo que não escrevo nada que nos faça rir, meus textos andam muito sérios!
Porém, assistindo pela TV a chegada do Santíssimo Papa ao Brasil (apesar de não ser católica), sinceramente, não deu pra segurar o ser sardônico que existe dentro de mim. Começando pela série de gafes (raros foram, os que respeitaram o Pontífice e o protocolo, beijando o anel papal), seguindo pelo “clima absurdo de informalidade”, houveram fatos tão doidos que preciso destacar: Que andar era aquele da PresidentA ao lado do Papa Francisco? Amigos, parecia até, um soldado alemão!
No trajeto para o Palácio da Guanabara, todos usavam carros de luxo, escuros e blindados, menos sua Santidade, que pediu um carro popular (que era prata), onde de vidro aberto, seguiu o caminho todo acenando para o povão (inclusive na linha vermelha), enquanto o segurança no banco da frente mantinha seu vidro bem fechado (foi o frio, sic!). A propósito, dona Dilma foi de helicóptero.
Quando erraram o percurso, e caíram no meio do engarrafamento, as pessoas cercaram o automóvel do Papa, pedindo bênçãos, beijos, uma foto, um toque nas mãos... Nem neste momento o vidro foi fechado. O Papa afagou crianças, abençoou a todos, não deixando o sorriso de lado, um minuto sequer, isso, depois de 11 horas de voo!
O discurso da mandatária do País foi político e auto vangloriante. Falou dos seus próprios feitos, do bolsa família, do extermínio da miséria (???),  blá blá blá, blá blá blá, deixando para o final, as boas vindas. (Sic)
O discurso de Dom Francisco (que levou metade do tempo do de sua antecessora), falou de amor, de fé, de gratidão, de união em Cristo, a todos principalmente aos jovens de todo o mundo, aqui reunidos para a Jornada Mundial da Juventude. Num gesto de extrema candura declarou: “nesta hora, os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira, na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Desde a Amazônia até os pampas, dos sertões até o Pantanal, dos vilarejos até as metrópoles, ninguém se sinta excluído do afeto do Papa”. Foi tocante, emocionante, uma lição de humildade e cristandade.
Não haverá chefe especial para a preparação de suas refeições, as próprias freiras que cuidam da Residência Oficial Episcopal, cozinharão para ele. O papamóvel será aberto, sem blindagem, e ele pediu inclusive, que fossem inseridas no programa, visitas aos locais onde vivem os realmente necessitados.
O Ministro Joaquim Barbosa (aplaudido calorosamente ao cumprimentar o Papa) passou batido pela Presidenta. Sei não, mas, foi estranho pra caramba!
Nas emissoras de TV, repórteres diziam absurdos, mas o pior do pior foi a repórter da Rede TV, que singelamente comentou o quanto foi cômico o incidente do Papo “preso” no trânsito e a euforia do povo, em suas saudações ao Papa Bento XVI (3 vezes sic!). Juro que não é piada minha.
Como todo jornalista adoro imaginar cenas e diálogos, principalmente em situações “EXTRAORDINÁRIAS”, como essa da vinda do Papa Francisco ao Brasil.
Fiquei imaginando nos bastidores, numa sala reservada, com ar condicionado e chocolate quente, um diálogo entre a PresidentA e o Pontífice:
– Sua Santidade foi muito corajoso andando pelo Rio de vidro aberto, nem os moradores fazem isso!
– Bobagem, eu queria saldar o povo. De mais a mais, eu não sou o Cristo ressuscitado, sou só um pastor de ovelhas, feliz por estar com seu rebanho. Ninguém me faria mal... Ou a senhora discorda só porque eu sou argentino?
– Sei lá Eminencia, a bandidagem anda a solta... O que tem de chefe do tráfico, de bandido perigoso andando por aí...
– Eu sei, fui cumprimentado oficialmente por alguns...
– Sinceramente, eu morro de medo de andar no meio dessa gente. Tenho fobia de andar no meio do povo!
– Eu não entendo isso, desculpe-me. É difícil entender que um político possa temer aqueles que o elegeram... É bem difícil... Mas, o que posso dizer?... Deus lhe proteja!
Surreal, não acham?!!


Mil beijos,

Tania Pinheiro.

domingo, 21 de julho de 2013

Dúvidas, oh! dúvidas cruéis...


Oi meus queridos,                  

Tive uma semana um tanto quanto atrapalhada, o que me tirou um pouco o ânimo para escrever.
Como já lhes contei (várias vezes) preciso trabalhar urgentemente.
Infelizmente, a concorrência no meu caso, é desleal e desumana: Existem milhares de jovens recém saídas da “facul” dominando plenamente tudo quanto é programa de informática, a maioria por viver ainda com os pais, aceita começar ganhando o piso, estão disponíveis para viajar, enfim... Eu tenho 60 anos, já passei do tempo de frescor e languidez, e como se fosse pouco, sou analfabeta digital, com uma preguiça e resistência enormes para deixar de ser!
Sei que muita gente conhece, respeita e admira meu trabalho, mas, entre ME contratar ou contratar uma jovem (como as que citei no parágrafo anterior) não tenho dúvida de quem ganhará o emprego. Isso, às vezes, desgosta, aborrece, faz com que nos sintamos descartáveis, semi-inúteis, fora de moda, e do padrão almejado! Dói.
Infelizmente, a experiência, as estórias e histórias vividas, a responsabilidade para com o que se vai escrever, a seriedade da informação, nada disso pesa no mercado de comunicação de hoje. Pessoas são desmoralizadas ou enaltecidas, sem que o responsável pela matéria tenha feito qualquer trabalho de pesquisa ou investigação a respeito. Se o citado reagir, um “desculpem a nossa falha”, normalmente resolve.
No outro caso, quando se valoriza demais indevidamente, e alguém questiona a razão, na maioria das vezes, as explicações são tão ou mais ridículas do que o motivo que as provocou.
Adoro ler, conhecer lugares, sonhos, personagens, feitos, fatos, adoro saber a visão e o sentir do outro. Leio miseravelmente de seis a oito livros por mês.
Descobri nas plataformas do metrô, máquinas que vendem livros espetaculares. De Françoise Sagan a Marina Colasanti, de M. Scott Peck a Shakespeare, de escritores desconhecidos (e bons!) a conhecidos manipuladores de palavras e mentes! O melhor, é que você paga o que acha que vale acima de 2,00 Reais. Acredito já ter adquirido mais de vinte livros nas maravilhosas máquinas!
Sei que mexer no computador, será o primeiro passo para eu voltar à ativa. Posso escrever resenhas, textos específicos, posso fazer revisão, talvez manter colunas em jornais e revistas direcionados, enfim...
O negócio é: Como buscar esta informatização? Sei que parece desculpa furada, mas neste momento, não posso bancar um curso ou instrutor. Apesar de todos os dias, a Tainá dizer que está pronta a me ensinar.
Adoro cozinhar! Cozinho muuuito bem, sem modéstia nenhuma. Porém, não tenho mais saúde e força física para comandar a cozinha de um restaurante, o que já fiz antes. Posso sim, me oferecer para preparar almoços e jantares em ocasiões especiais. Conheço a culinária de vários países, e sou absolutamente capaz de organizar e preparar um banquete para cem ou mais pessoas, sem grandes paranoias. Mas, aí, vem a pergunta: Oferecer onde e a quem?
Procurar uma agência, quem sabe a internet?!?
Sei lá, meus queridos, nunca me senti tão confusa e desamparada.
Estou com um livro pronto para ser lançado. São ensaios, contos eróticos, crônicas. Só estou esperando o momento oportuno para coloca-lo no prelo.
Também tenho um projeto de escrever sobre o que foram esses dois últimos anos: O câncer, as experiências, o sofrimento, a fé, a gratidão... Quero contar com as tintas do coração, tudo o que vivemos eu, a Tainá (principalmente), meus familiares e amigos, os novos e verdadeiros amigos-parceiros que ganhei, do Cara lá de cima, enfim, quero ver se consigo me dar esse presente de natal, porém os problemas de HOJE não podem esperar AMANHÃ! E aí, ó dúvida cruel, não sei o que, como, onde, com quem procurar ajuda, apoio, trabalho!
Mais do que nunca na vida, quero voltar a me sentir produtiva, ativa, VIVA!
Estou aberta a sugestões, conselhos, propostas, estou completamente entregue nas mãos de Deus, esperando com fé que Ele me mostre um caminho... Na verdade, não é nada fácil, recomeçar aos 60 anos!

Mil beijos,

Tania Pinheiro.

domingo, 14 de julho de 2013

Humildemente, obrigada Pai!


Oi meus queridos,

Na verdade, esse texto era para ter sido postado na sexta-feira à noite, porém, somente hoje, nossa internet voltou do espaço eterno.
Como para mim é importante partilhar com vocês, resolvi postá-lo mesmo atrasado.
Quarta-feira (10) fui ao Icesp fazer exames de sangue. Rotina. Sentei-me ao lado de uma jovem, que chamarei Maria, que deveria ter mais ou menos 30 anos.
Ela estava visivelmente angustiada. Dei-lhe um sorriso, me apresentei, perguntei seu nome... Falei-lhe que tenho 60 anos, fiz duas cirurgias oncológicas, uma plástica ma-ra-vi-lho-sa, onze quimios e trinta radioterapias, tive uma infecção generalizada, uma endocardite, ganhei de presente um hipotireoidismo, uma arritmia cardíaca, uma depressão que estou lutando para curar e, a maior lição da minha vida: o câncer foi uma benção!
Graças a ele, descobri que não sou supermulher e muito menos insubstituível, que ao contrário do Rei Roberto Carlos, não tenho um milhão de amigos, porém, os poucos que tenho são leais e “pau pra toda obra”.
Descobri o quanto a família é importante: a de sangue e a de coração, descobri que o MEU anjo de guarda, é de carne e osso, e quem pariu fui eu!
Descobri que damos valores a coisas, acumulamos ao longo da vida, coisas e mais coisas, e, raramente compartilhamos, ofertamos, dividimos... Esquecemo-nos que nascemos nus, e ao morrer, levamos somente a roupa que nos cobre!
Agradeço a Deus todos os dias: pelo Sol, que aparece mesmo quando chove, pela vida, por meus filhos, família e amigos, agradeço pelo pão de cada dia, pelo meu lar, por poder me comunicar com tanta gente...
Maria ouvia e chorava. Disse que também tinha dois filhos pequenos. – O que será deles? Perguntou.
Respondi que Deus sabe o que é melhor para cada filho Seu, que ela fortalecesse a sua fé, e acreditasse que iria se curar, criar os filhos, quem sabe, cuidar dos netos... Na verdade, a força da fé, a vontade de viver, a alegria de ver o Sol nascer a cada dia, e principalmente, o exercício de agradecer humildemente por tudo, dão novo sentido a nossa existência. Pedi que ela se acalmasse e acreditasse: Deus pode tudo!
Deixei o endereço do blog, fiz meus exames e vim pra casa.
Há alguns meses, minhas primas amadas, me trouxeram uma montoeira de roupas de grife, de uma tia milionária que elas tinham. A intenção era que eu fizesse um bazar, ou algo do gênero. Era uma forma de me dar uma força.
Tinha peles, inclusive dois casacos, um de vison sintético e outro de astrakan com vison, roupas de marca, bordadas, casacos de veludo... tudo muito bem cuidado, e cá entre nós, tudo muito caro!
Como moro num bairro simples, achei melhor procurar alguns brechós. A maioria se deslumbrava com as peças, porém diziam estar em situação difícil, vendas paradas, enfim... Até que um conhecido indicou-me o “Minha Avó Tinha”, que além de antiquário, brechó, trabalha com aluguel de roupas e peças de época e estilo, fornecem para teatro, produções cinematográficas, e coisas afins.
Como precisava complementar meu aluguel, fui até lá. O lugar é lindo, o atendente, Felipe, muito gentil e educado. O dono e a gerente, não estavam na hora, e como eu tinha consulta no Icesp, deixei a mala para que eles avaliassem.
Gostaria de dizer Ana (gerente) e França (proprietário), que jamais me senti tão humilhada e constrangida. Realmente, a forma como você me tratou Ana, não foi cordial. Eu sei o quanto vale o que “negociei” com vocês. Não sou ignorante, já viajei muito, inclusive morando fora, e creio, não merecia o desdém que você me dispensou.
Minha filha adoeceu de revolta, por não entender a falta respeito humano, sabendo que estou passando por tratamento.
Mas, mesmo assim, agradeço humildemente por você “mesmo sem precisar e sendo peças sem valor”, ter ficado com elas.
Paguei meu aluguel. Ironicamente, faltava exatamente a quantia que você me passou.
A propósito, é incrivelmente bem montado e abastecido o local de vocês, só não encontrei, nem nos cabides, nem nas prateleiras, sequer nos manequins, respeito, solidariedade e humanismo. Isso, a minha avó tinha, e muito, ensinando aos filhos e netos, que somos todos iguais aos olhos do Pai. Espero que vocês continuem fazendo sucesso, do fundo do coração!
Por essas e outras, costumo dizer todos os dias, obrigada Senhor, por tudo o que me proporcionas!
E para vocês que sempre estão comigo no blog, quero dizer, que estou cada dia mais grata, escrevendo minhas bobagens cheias de amor.

Mil beijos,

Tania Pinheiro.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Quando fala o coração...


Oi meus queridos,

A noite passada ficamos conversando, a Tatá e eu, até 4:30h da manhã.
Ela veio para a minha cama, na intenção de me mostrar o quanto sou importante para ela na formação da sua personalidade, caráter, amor ao próximo e à natureza. Na verdade ela queria me “levantar”, fazer com que eu acordasse minha autoestima.
Lembramo-nos dos momentos importantes que nós passamos juntas: bons e ruins. Lembramo-nos o quanto somos amigas e unidas desde sempre.
Já fui com a minha filha a muitos shows de rock, era sua parceira nas baladas, assim como ela, já me “assistiu” em muitos seminários e palestras que fiz por esse Brasil afora.
Dizer que não temos segredos uma para a outra seria um tanto de exagero, mas, sabemos TUDO o que é importante uma da outra!
Minha filha não esconde de ninguém o quanto me quer bem e me admira. Eu, segundo quem ouve, BRILHO, quando falo sobre ela.
Brigamos muito, discordamos em várias coisas. Porém, respeitamos o modo de ser e pensar que cada uma tem.
No essencial somos muito parecidas. Temos uma genuína preocupação com a natureza, os animais, os maus feitos humanos...
Sonhamos com uma casinha num lugar limpo, com muito verde, pássaros, gente humilde e decente, de preferencia, perto do mar.
Sonhamos em cuidar de animais abandonados, plantar o “nosso” comer, não poluir, respeitar o muito de bom e belo que o Pai nos ofertou!
Às vezes, por motivos alheios a nossa vontade, nos isolamos, evitando assim que a outra seja contaminada com as nossas angústias, raivas, medos e decepções, mas, na maioria das situações, nos apoiamos uma na outra, seguramos juntas nossas barras, rimos das besteiras cotidianas, choramos juntas nossas fragilidades!
Sinto-me abençoada por tê-la como filha e, mais ainda, por ser sua mãe. Agradeço todos os dias a graça “do meu primeiro raio de sol da manhã” (é esse o significado do nome Tainá!).
Estamos passando momentos difíceis, que exigem decisões e atitudes sérias, imediatas e definitivas. Acho que estaria apavorada se não tivesse a Tatá, para dividir e compartilhar comigo esses momentos.
Mas a tenho, pela graça do Divino!!!
E é por essas e outras que acredito que vale a pena viver: na minha vida existe AMOR!


Mil beijos,
Tania Pinheiro.