Oi meus queridos,
Faz tempo que não escrevo
nada que nos faça rir, meus textos andam muito sérios!
Porém, assistindo pela TV a
chegada do Santíssimo Papa ao Brasil (apesar de não ser católica), sinceramente,
não deu pra segurar o ser sardônico que existe dentro de mim. Começando pela
série de gafes (raros foram, os que respeitaram o Pontífice e o protocolo,
beijando o anel papal), seguindo pelo “clima absurdo de informalidade”,
houveram fatos tão doidos que preciso destacar: Que andar era aquele da
PresidentA ao lado do Papa Francisco? Amigos, parecia até, um soldado alemão!
No trajeto para o Palácio da
Guanabara, todos usavam carros de luxo, escuros e blindados, menos sua
Santidade, que pediu um carro popular (que era prata), onde de vidro aberto,
seguiu o caminho todo acenando para o povão (inclusive na linha vermelha),
enquanto o segurança no banco da frente mantinha seu vidro bem fechado (foi o
frio, sic!). A propósito, dona Dilma foi de helicóptero.
Quando erraram o percurso, e
caíram no meio do engarrafamento, as pessoas cercaram o automóvel do Papa,
pedindo bênçãos, beijos, uma foto, um toque nas mãos... Nem neste momento o
vidro foi fechado. O Papa afagou crianças, abençoou a todos, não deixando o sorriso
de lado, um minuto sequer, isso, depois de 11 horas de voo!
O discurso da mandatária do
País foi político e auto vangloriante. Falou dos seus próprios feitos, do
bolsa família, do extermínio da miséria (???), blá blá blá, blá blá blá, deixando para o final,
as boas vindas. (Sic)
O discurso de Dom Francisco
(que levou metade do tempo do de sua antecessora), falou de amor, de fé, de
gratidão, de união em Cristo, a todos principalmente aos jovens de todo o
mundo, aqui reunidos para a Jornada Mundial da Juventude. Num gesto de extrema
candura declarou: “nesta hora, os braços
do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira, na sua complexa
riqueza humana, cultural e religiosa. Desde a Amazônia até os pampas, dos
sertões até o Pantanal, dos vilarejos até as metrópoles, ninguém se sinta
excluído do afeto do Papa”. Foi tocante, emocionante, uma lição de
humildade e cristandade.
Não haverá chefe especial
para a preparação de suas refeições, as próprias freiras que cuidam da
Residência Oficial Episcopal, cozinharão para ele. O papamóvel será aberto, sem
blindagem, e ele pediu inclusive, que fossem inseridas no programa, visitas aos
locais onde vivem os realmente necessitados.
O Ministro Joaquim Barbosa
(aplaudido calorosamente ao cumprimentar o Papa) passou batido pela Presidenta.
Sei não, mas, foi estranho pra caramba!
Nas emissoras de TV,
repórteres diziam absurdos, mas o pior do pior foi a repórter da Rede TV, que
singelamente comentou o quanto foi cômico o incidente do Papo “preso” no
trânsito e a euforia do povo, em suas saudações ao Papa Bento XVI (3
vezes sic!). Juro que não é piada minha.
Como todo jornalista adoro
imaginar cenas e diálogos, principalmente em situações “EXTRAORDINÁRIAS”, como
essa da vinda do Papa Francisco ao Brasil.
Fiquei imaginando nos
bastidores, numa sala reservada, com ar condicionado e chocolate quente, um
diálogo entre a PresidentA e o Pontífice:
– Sua Santidade foi muito
corajoso andando pelo Rio de vidro aberto, nem os moradores fazem isso!
– Bobagem, eu queria saldar
o povo. De mais a mais, eu não sou o Cristo ressuscitado, sou só um pastor de
ovelhas, feliz por estar com seu rebanho. Ninguém me faria mal... Ou a senhora
discorda só porque eu sou argentino?
– Sei lá Eminencia, a
bandidagem anda a solta... O que tem de chefe do tráfico, de bandido perigoso
andando por aí...
– Eu sei, fui cumprimentado
oficialmente por alguns...
– Sinceramente, eu morro de
medo de andar no meio dessa gente. Tenho fobia de andar no meio do povo!
– Eu não entendo isso,
desculpe-me. É difícil entender que um político possa temer aqueles que o
elegeram... É bem difícil... Mas, o que posso dizer?... Deus lhe proteja!
Surreal, não acham?!!
Mil beijos,
Tania Pinheiro.