Oi meus queridos,
Hoje é sexta-feira Santa, dia em que deveríamos refletir sobre nossa vida, atitudes, compromissos e posicionamentos. Me lembro que quando eu era pequena, o rádio tocava só clássicos, o comércio não abria, fazíamos jejum, que era quebrado com canjica, após a “Procissão do Senhor Morto”.
Em minha casa, não éramos beatos, mas, as tradições eram respeitadas. Então, Páscoa para nós não tinha o sentimento que vejo hoje, na mídia, por exemplo.
Era tempo de pensar, orar, pedir e dar perdão, e comemorar o Renascimento do Cristo em nossos corações.
Páscoa, mais que chocolate, era símbolo de renovação, onde cada um se comprometia consigo e com Deus, a tentar merecer o sacrifício do Salvador, que ao morrer na cruz, nos propiciou uma nova chance de aprimoramento e consolidação de fé.
Meu pai, homem muito especial, não entendia a estória de ovos de coelho. Passou para nós, os filhos, a compreensão e desdém pelos processos de consumismo inventados para fazer o comércio vender mais.
Para nós, Páscoa era a época da Paixão de Cristo, de acompanhar na igreja do padre Jeremias as apresentações da Via Sacra e depois, na missa de domingo, nos jubilar com a volta de Jesus Cristinho, que salvando-nos, nos obrigava a repensar em nossos comportamentos, nos “pecados” que não deveríamos mais cometer...
Bons tempos aqueles!
Hoje, a Semana Santa serve para fugir para a praia, comer e beber MUITO, reunir os “amigos” para a farra que começa na sexta com bacalhau e vinho e termina no domingo com churrasco, cerveja e caipirinha.
Os “ovos”, caríssimos, fazem com que o consumismo (pecado?) seja implantado muito cedo na personalidade de nossos pequenos...
Oração? São poucos os que mantêm a tradição e mesmo se dando com o jejum e as reflexões.
Minha proposta, velha como eu, é simples: refletir para, pedir perdão e agradecer. Refletir sobre o peso de nossas cruzes, que certamente, são muito mais leves e fáceis do que a que nosso Senhor Jesus Cristo carregou em seu Calvário.
Quanto pesou meu câncer? Será que foi um grama a mais do que posso e mereço carregar?
Sinceramente, creio que não!
Meu câncer me trouxe muitas coisas boas, acreditem. De amor, amigos, fé, confiança, conformação e até, gratidão!
Sou grata ao Pai pelo que recebi, de tantos e tão bons amigos e parceiros. Sou grata por não ter perdido a confiança na vida, no outro e no amanhã.
Agradecer. Por tudo. Por ser quem sou e ter as certezas que tenho!
E só para não fugir do espírito da “coisa”, quero desejar a todos vocês uma Páscoa repleta de saúde, amor, harmonia, paz e luz em seus corações.
Que o Cristo Renasça forte, cheio de alegria e bênçãos em cada um de nós.
Que Ele nos mostre o caminho para sermos mais dignos da vontade e expectativa de Deus, nosso Criador e Mestre.
Que tudo se renove, nesta Páscoa. Que possamos sonhar e realizar nossos sonhos, que somemos nosso amor e esperança e com eles, tentemos construir um mundo mais limpo, mais doce, mais livre e digno de ser, A CASA DO AMOR de cada um!
Beijos mil.
Tania Pinheiro.