sábado, 9 de agosto de 2014

O casal de mafagafos e seus dez mafagafinhos...


Oi meus queridos,

Como é de conhecimento geral, mafagafos nascem em ninhadas, como pintos, por exemplo. Vou lhes contar sobre um casal de mafagafos e seus dez mafagafinhos.
Por serem todos muito parecidos, somente a mãe (sempre ela) distinguia-os, por mínimas peculiaridades físicas, em compensação, todos os outros habitantes da mata onde viviam sabiam dizer exatamente quem era quem, pelo modo de ser e agir.
Amoroso era um mafagafinho feliz, sorridente, que a todos tratava com respeito e cortesia. Bom filho, bom irmão, bom amigo “volta e meia” chegava em casa com um agrado recebido de alguém a quem ele ajudara, sem sequer pensar em pagamento, era doce como mel!
O irmão, Invejoso, sempre ranzinza e taciturno, morria de raiva, dizia que Amoroso era falso e “puxa saco”, e que ele, Invejoso, era um incompreendido que não tinha amigos, etc... etc...
O terceiro, Vaidoso, era um tipo singular: tudo o que fosse dele, ou a ele se referisse, era melhor, mais bonito, mais valioso. Achava que nada “apagava” sua beleza e carisma, do branco ao preto, do amarelo ao azul, tudo lhe caía bem, deixando-o ainda mais vaidoso!
Coitadinho era franzino, falava baixo, vivia pelos cantos, não ria, não brincava, adorava causar piedade e, por não ter autoestima mostrava com facilidade, e até um certo prazer, o seu coitadismo.
Egoísta era insuportável! Não sabia dividir ou compartilhar, pensava que o mundo e tudo o que estivesse nele era propriedade sua, criado para seu prazer e conforto. Era incapaz de doar, fosse o que fosse, mesmo se quebrado, velho ou indigno de seu interesse, tinha uma enorme caixa de entulhos, em que ninguém podia tocar.
Altruísta, como já dizia seu nome, vivia para ajudar aos outros. Se um vizinho, parente, até mesmo um desconhecido, precisasse de ajuda, lá estava ele sorridente e cheio de boa vontade. Preocupava-se com a natureza e com tudo o que nela vive, inventava campanhas para preservar, proteger e melhorar a vida de todos!
O sétimo filho, Ardiloso, tinha o dom de mentir, enganar, envolver em “maracutaias” os menos espertos, criar situações obtusas, nas quais só ele levava vantagem. Não ficou muito tempo com a família, graças a “bons contatos” mudou-se para Brasília, onde foi viver a vida que julgava merecer. Em pouco tempo tornou-se um grande político, que fez fama e fortuna em prazo recorde.
Laborioso, um mafagafo forte, inteligente, responsável e um pouco sonhador, trabalhava duro para ajudar os pais, sonhava em comprar-lhes uma casa, dar aos dois uma velhice tranquila. Amava trabalhar, sentir-se útil, capaz, gostava de fazer cursos, aprender com os mais sábios. Seus pais tinham um imenso orgulho dele!
Já, Apavorado era medroso, costumava jogar nas costas alheias os erros que lhe pertenciam, inventava bravatas para enaltecer-se, e calúnias para diminuir os outros. Era cínico, adorava pregar peças e fazer brincadeiras de mau gosto. Medroso demais temia os mais fortes, os mais inteligentes, os mais ricos. Bajulava e criava verdadeiras epopeias para gabar “os valores” daqueles a quem temia. Poderia usar, como uma luva, o apelido de “Púlia”.
Finalmente, o mafagafo Comum. O ovinho do qual ele saiu, foi o último a quebrar, era risonho, mas um pouco encabulado, amigo dos amigos, cheio de carinho pelos pais e irmãos. Às vezes, por qualquer bobagem ficava irado, mal educado, rabugento, porém, logo voltava ao normal, oferecendo-se para ajudar, caso alguém precisasse. De vez em quando, era meio vaidoso e presepeiro, um tanto gabola, contava com a cara mais limpa, que as calanguinhas, bem como as mafagafas, e até as lagartixas viviam lhe jogando charme e que diziam não haver nas redondezas mafagafo mais belo, inteligente, educado, forte, etc... Enfim, uma mentirinha tola, quase inocente, que não denegria, nem machucava ninguém, bazófias, nada mais.
Relendo o que acabei de escrever, percebi que sem nenhuma pré-intenção, descrevi milhares de seres humanos com os quais convivemos pela vida a fora!
O único consolo que me resta é ter me limitado a dez mafagafinhos, acho que nem eu, nem vocês, suportaríamos aumentar a família (na verdade, volta e meia os meus delírios saem do controle), pior mesmo foi para esses pais, com tantos mafagafinhos, e você, se identifica com algum deles?

Mil beijos,

Tania Pinheiro.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O poder do perdão


Oi meus queridos,

Hoje gostaria de falar e compartilhar com vocês, algo que me toca profundamente: O poder do perdão. Gostaria de ponderar sobre a força e o poder que tem o perdão verdadeiro que vem do coração!
Na verdade, para perdoar temos que DELETAR da memória e da alma o que nos ofendeu e feriu, dizer que perdoou e “volta e meia” relembrar... Não, isso não é perdão.
Também não faz sentido nos sentirmos bons, humildes, superiores por perdoar. Na realidade, se pensarmos um pouquinho, quanta gente já ferimos, ignoramos, tratamos quase sem respeito, e nunca lhes pedimos perdão?
Acredito que o perdão verdadeiro é mais difícil e raro que o amor, a amizade, o respeito ao outro, pois só é capaz de perdoar aquele que sente tudo isso, e despido de soberba ou orgulho PERDOA.
No ano de 1997 um menino de apenas oito anos foi sequestrado e assassinado por funcionários que trabalhavam na empresa de seu próprio pai. Sua família por amor ao menino Ives, a Deus e ao próximo, tirou da dor força e fé, tendo a capacidade de perdoar e seguir em frente. A partir daí foi fundado o Instituto Ives Ota que ampara e acolhe pessoas que passam por situações semelhantes.
Todos os dias nos sentimos atingidos por alguém ou algo ruim, a maioria de nós rumina e alimenta o acontecido, até que ele vire “chaga”, marca profunda, imperdoável, e por nossa própria vontade envenenamos o nosso espírito, perdemos nossa alegria e a fé no nosso semelhante.
O orgulho, a ignorância, a intolerância, a incapacidade de nos sabermos iguais (também nós ferimos, ofendemos, traímos, etc... etc...), nos cega e impede, de simplesmente entender e perdoar!
Talvez por nos sentirmos “tão, tão”, em nossa cabeça, raramente passa que temos mazelas, sequelas, desvios de caráter como a inveja, a raiva, a intolerância, a falta de caridade cristã, a soberba (meu Deus! são tantos defeitos!!!), não percebemos quando e quanto podemos fazer mal ao nosso irmão.  Pior, não temos noção do mal que fazemos a nós mesmos!
Enquanto ruminamos nossos fracassos, nossas perdas, enquanto lamentamos as oportunidades perdidas e as que desprezamos (nos achando melhores do que o ofertado), enquanto praticamos “o refluxo” dos amores errados, dos amigos “da onça”, dos parentes mesquinhos, nossa alma vai escurecendo, nossos sonhos falecem, nossa vida fica “mofada e pesada”. Nosso corpo assimila todo o mal, toda a podridão que “alimentamos”, sabe-se lá o motivo, e adoece!
Câncer, infarto, AVC, depressão mórbida, dependências química ou alcoólica são reflexos externos do nosso interior enfermo.
Só o perdão pode nos curar, ou pelo menos, tornar menos pesado o nosso fardo!
O perdão acompanhado de um sorriso, um abraço, um olhar de carinho SINCEROS, vale por mil tratamentos químicos, cultos, missas, sessões espíritas, ou idas ao psicoterapeuta!
O perdão é o presente maior que Deus nos legou: Cristo, segundo as Escrituras, sacrificou-se para garantir o nosso PERDÃO.
Precisamos começar (urgentemente) a pensar nisso e procurar praticar essa benção divina, começando perdoando a NÓS MESMOS, e estendendo esse perdão a tudo e a todos que nos cercam.
Certamente, não é fácil, com toda a verdade da alma. É quase impossível que consigamos dar conta dessa linda lição de vida, porém, começando por me auto perdoar e tentando com toda fé e determinação, estender o PERDÃO aos que EU julgo terem me prejudicado, não tenho dúvidas: reencontrarei meu sorriso, minha alegria e vontade de viver. E Deus, está comigo, hei de conseguir!!!
P.S Não vou dar desculpas furadas para o meu sumiço, muitas coisas estão acontecendo e depois escreverei contando essa saga, por agora, peço desculpas pela demora nas postagens e pretendo logo estar de volta.

Mil beijos,

Tania Pinheiro.