Oi meus queridos,
Então... O tempo que passei
sem escrever, não sei se por tristeza, solidão, melancolia ou mesmo por só ter
como alternativa pensar, PENSEI pra caramba!
Avaliei meus sonhos
realizados e os perdidos também, minhas vitórias e derrotas, minhas perdas e
lucros, meus acertos e desmandos, avaliei minhas boas apostas e os ledos
enganos, relembrei os ódios fúteis e as paixões avassaladoras...
Mexendo no baú da memória,
encontrei amigos queridos e verdadeiros, que se foram com tempo, a distância, “o
não mais encontrar”; amores enormes, profundos, dilacerantes, arrasadores, que
enquanto vividos pareciam “pra sempre!”... Quando acabavam, acabavam de forma
tão definitiva, que não consigo lembrar o gosto do beijo, o cheiro dos cabelos
ou o peso do corpo... Ficaram guardados, perdidos no baú...
Passei noites e noites
lembrando e contando pra minha Tatá, as peripécias da minha juventude; o tempo
do Teatro de Arena, onde tive a felicidade de conviver com Antônio Pedro, Os
Guarnieres (pai e filhos), Plinio Marcos, Aldo Bueno, Zanoni Ferrite, Wolf Maia
(em começo de carreira, simples, doce, alegre e generoso. Será que o Wolfinho
mudou?), fiz Zumbi, Marta Saré (atuando), no Ruth Escobar ajudei a produzir
Castro Alves Pede Passagem (Antônio Fagundes era coadjuvante, Zanoni era a
estrela maior!) e ainda tive a alegria de participar do Balcão e Cemitério de Automóveis...
Lembro Daniela Escobar, tão
jovem, tão linda e carente, ganhei dela o Aleph (de Jorge Luis Borges) e me
emocionei com o carinho da menina de olhos tristes e ar desafiador! Nunca mais
a vi. Gostaria de sabê-la feliz.
O tempo que fiquei sem escrever
passei-o fazendo faxina na memória, afinal, são 60 anos e se não me cuidar, o “Alemão”
me pega! Estou cheia de baboseiras para contar pra vocês. Nada como o tempo
para armazenar bagulhos!
É... Tem muita coisa
engraçada, muitos momentos de angústia, muitas lembranças de gentes e lugares
que não gostaria de esquecer ou guardar só pra mim! A ordem é seguir em frente
é verdade, porém, sem abandonar o que vivi.
Mil beijos,
Tania Pinheiro.
4 comentários:
Oi, Tania! Muito bom remexer o baú das nossas memórias... Faxinar e deixar apenas as deliciosas, pois as amargas... não são boas não! Veja o quanto de valores você reviu em sua vida! Lindos momentos! Conte-nos mais!
Beijos da Célia.
Até que enfim, voltou pra cá. Sabe, quando a gente faz amigos, não se deve abandoná-los. Deve ao menos colocar um textozinho aqui, por mais ruim que for, nem que seja pra eles cansarem de nós e irem embora.
Fico feliz que esteja conseguindo organizar as ideias. Eu não tenho nem um terço da sua idade e, graças a Deus, não passei nem a metade do que você passou, mas sei o quanto é difícil essas "crises" que passamos.
Abraço,
Se bem que, se não temos nada a dizer, o melhor é ficar quieto mesmo, tanto nos blogs como na vida. Enfim, fico feliz que tenha voltado.
Ilu.
Encantador!
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