Oi meus queridos,
Às vezes, fico me
perguntando admirada, aonde chegará à ciência e a inteligência do homem?!
É incrível como somos
capazes de criar coisas (e isso quer dizer zilhões de trecos, cacarecos,
geringonças e quinquilharias!), fórmulas e poções, armas químicas e fisicamente
letais, avanços tecnológicos, obras de arte (desde quadros, esculturas, joias),
música, jardins e castelos, drogas que matam e curam?!
Conversando com o Dr. Fábio,
meu psiquiatra, soube do porque o símbolo da medicina ser uma serpente: o mesmo
veneno pode matar ou curar, depende somente da dose e forma como for usado!
Estou tratando minha
depressão quimicamente. Os médicos me explicaram, que, independente da bagunça
que o câncer causou no meu emocional (e no das pessoas que me amam), a
quimioterapia fez uma revolução no meu organismo, as drogas que “mataram” as
células cancerosas “mataram” também as células boas. Meus hormônios se
descompensaram, minha imunidade tornou-se vulnerável e, como eu NÃO SOU a
mulher maravilha, a depressão fazia parte do pacote.
Os médicos sabiam que eu
passaria por isso mais cedo ou mais tarde!
Então, estou tomando
cápsulas de otimismo, alegria, vontade de viver (condensadas em hormônios) para
tentar vencer a depressão.
As dores, meus anjos das
agulhas, comandados pelo Dr. Eduardo, estão aliviando com a acupuntura.
O coração, graças a Deus,
está sob controle com o Atenolol e, o hipotireoidismo com a levotiroxina, o câncer,
para não voltar, é controlado com o letrozol. Tomo cálcio, vitamina D, de vez
em quando, umas gotinhas para dormir.
Continuo cuidando da minha
casa, cozinhando, lavando roupa, enchendo o saco da Tatá, lendo como louca, e
procurando trabalho.
Aos 60 anos, depois de ter
vivido as mais loucas situações, sofrido perdas, passado apertos e alegrias,
ter criado dois filhos, que amo, e dos quais me orgulho mais do que de mim
mesma, constato perplexa que não estou mais com vontade de dar um fim na minha
vida sem muita graça. Aliás, estou até pensando em como posso melhora-la um
pouquinho.
... E tudo graças, a alguns
comprimidos antidepressivos, criado por algum bendito cientista, que talvez
até, não atinasse quanto a sua descoberta, poderia ajudar famílias, mães
de famílias, filhos e filhas, que vivem em ou com alguém em depressão profunda!
Benditos os que buscam a
dose certa do veneno, e curam as dores das almas, dos corpos e dos corações!
Não quero lembrar de Hiroshima
neste momento...
Só do que o HOMEM, imagem e
semelhança de DEUS, pode e faz de belo e de bom.
Mil beijos,
Tania Pinheiro.
3 comentários:
Querida Tânia
Tinha perdido seu rumo:))), mas hoje, ao fazer uma "revisada" nos meus blogs, descobri você num deles, e resolvi vir fazer uma visitinha.
Li seu texto com o maior interesse.
Penso que, mesmo sem sofrer de depressão, todos nós, (especialmente as mulheres) temos dias NÃO.
Acho que você tem razões de sobra para isso (eu também tenho uma boa dose...), mas é preciso reagir, ir buscar forças onde nem sonhamos que elas existem, e seguir em frente. É isso que eu lhe desejo.
Se me quiser visitar dar-me-á muito prazer.
Bom fim de semana.
Beijinhos
Mariazita
Pois é Tania! Falo sempre aqui em casa que, somos todos uns drogados, com mil e uma pílulas para melhorar o funcionamento do organismo humano. Sorte quando encontramos profissionais conscientes na dosagem que equilibram-nos para uma vida melhor! É por ai mesmo... tomando e melhorando... (sem piadinhas, ok?)
Beijão da Célia.
Querida Tania, você está no caminho certo. Os antidepressivos são uma bênção da ciência. Por enquanto, eles têm apenas um defeitinho: demoram um pouco pro médico encontrar a dosagem correta. Ele precisa testar para ver qual a quantidade adequada pra cada caso. O negócio é não desistir nessa fase de ajustes. Quando acertar a quantidade ideal pra você, a alegria de viver retorna. Agora que você está se tratando como deve, tenho certeza que vou mesmo visitar sua futura pousada e tomar o licor de jabuticaba que você prometeu. :) Beijos!
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