Oi meus queridos,
Algumas vezes já disse, aqui nesse espaço,
que sei o quanto sou temperamental, arrogante, prepotente... sei que não sou o
ser mais fácil de se conviver.
O câncer piorou um pouco essa série de “qualidades”
especiais, já que perdi minha autonomia, meu autocontrole, minha verdade
absoluta pessoal e intransferível. Hoje dependo de tanta gente, de tanta coisa,
de tanta fé...
Dependo da Tatá pra não me deixar desistir,
dos profissionais do ICESP, de alguns poucos amigos que ainda se lembram da
minha existência, do auxílio doença... Dependo de uma força que nem sempre
tenho, de uma coragem que hoje é mais frágil que as flores do ipê, da
compreensão de que quase tudo mudou e já não me é permitido.
Em compensação, me sobram medo, angústia,
dúvidas, amargura, saudades do que já não sou...
Vivo uma vida medíocre, controlada, sem
brilho, repleta de nãos e proibidos. Aí, quando me solto, ao invés de umas
cervejas, tomo todas, não me contento com uma taça de vinho, tomo a garrafa. No
fundo é como se eu estivesse gritando TO VIVA! AINDA ESTOU NO COMANDO! “Cabaré
que eu não mando eu fecho!”.
E no fundo, é tudo por medo, por vazio, por
uma incrível incapacidade de entender e aceitar o momento que estou vivendo.
Sei que as pessoas que me amam, se preocupam
e se angustiam, quando irresponsável, “enfio o pé na jaca”! Peço que entendam e
me perdoem. Infelizmente sou decente demais para prometer que não vai acontecer
de novo. Vai! Vai porque sou fraca, vai porque às vezes a vontade de uma gelada
é mais forte que eu, vai porque não vejo sentido viver sem nenhum prazer.
A fumar não volto não. Embora ainda sonhe com
o cigarro, não fumo nunca mais, juro!
Então, pra terminar, quero pedir desculpas
pelos meus excessos a quem se sentiu magoado ou desrespeitado por eles. Não é
falta de respeito, amor ou consciência: é só o medo e uma vontade incrível de
aproveitar o que ainda tenho pra viver. Entendam, aceitem e perdoem.
Mil beijos. Até amanhã.
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Para Paulo Henrique e Tainá Maíra,
Parabéns pelo ano de convivência de amor,
respeito, carinho e companheirismo.
Deus uniu vocês por sabê-los especiais e
capazes de completar um ao outro.
A você Paulinho, quero agradecer toda atenção
e afeto que me dedica, e, principalmente por toda alegria que representa para o
“meu anjo de luz”.
Quanto a você, Tatá, cuida bem dessa joinha,
não é todo dia que “um biscoito de Jacareí” entra em nossa vida.
Sejam muito felizes!
Amo vocês.
Tania Pinheiro.
2 comentários:
conferindo a diaria... kkk
Ah! Como a entendo Tania! Mas, cuidado, não vá com muita sede ao pote que se poderá engasgar... Um passo de cada vez... Até para que você usufrua todos eles... Fique bem... Cuide-se. Ame-se. Fundamental!
Bj. Célia.
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