Oi meus queridos,
São 00:10 horas de uma terça-feira
fria e nublada. Deitei-me cedo, mas não consegui dormir. Estou para escrever já
tem uns dias, porém, meu coração está tão triste que faltou coragem de dividir
com vocês a minha angústia.
Sábado, dia 19, minha amiga
Ely, mãe da Camila e da Luciana, deixou de penar, descansou de um sofrimento
cruel, que atingia além dela, aos filhos, aos amigos, enfim, a todos que
queriam bem a pessoa encantadora que era ela.
Conheci-a no tempo em que
ambas fazíamos quimioterapia. Sua força, delicadeza, seu sorriso simples e
sincero mostravam de maneira inquestionável sua esperança, sua vontade de lutar
contra o câncer e a tristeza.
Embora fosse bem mais sobrea
do que eu (o “povo” diz que sou meio louca!) o humor da minha amiga, era forte
e contagiante. Aí, houve o AVC, as muitas internações, o agravamento da
doença... e ela foi ficando triste, se encolhendo, por cansaço ou sei lá o que.
O que sei é que sábado, depois de muito tempo vi sua fisionomia serena, com um
quase sorriso de despedida. Havia paz em seu semblante!
Os filhos, talvez pela fé,
estavam calmos e conformados. O sofrimento dos últimos meses machucou muito a
todos eles.
Quando abracei a Camila e
reafirmei meu carinho, respeito e solidariedade, senti toda a força do amor
daquela filha, que como a minha Tatá, dedicou cada segundo do seu tempo e vida,
nos cuidados à mãe amada. Senti um misto de orgulho e admiração. A Camila,
apesar de tão menina, me deu a certeza de que se eu tiver que passar pelo câncer
novamente, a minha filha vai saber suportar e agradecer quando o Pai me chamar.
O amor verdadeiro, não
deseja ver o ente querido em agonia. Dói muito, mas a fé, a esperança e a
certeza de que existe um outro tempo-espaço, onde Deus nos reunirá um dia, faz
com que apesar de toda dor, nosso coração fique em paz, esperando confiante o
reencontro.
A Luciana, o Marcos, o
Maurício, todos eles, filhos amados da Ely, sabem que fizeram tudo o que estava
ao alcance das forças de cada um. Foi feito com a carga de amor e gratidão que
eles, assim como a Camila, sabiam ser a mãe merecedora.
A Ely foi uma mulher
batalhadora, de fibra, que lutou com dignidade para criar os filhos. Deixou saudades,
inclusive em mim e na Tatá que a conhecemos há tão pouco tempo! Cumpriu sua
missão. Que o Pai dê a ela, o descanso e a paz tão merecidos!
E a nós, que Ele, na sua
imensa bondade, ampare e acalme a dor da ausência. Porque cremos, um dia pelo
nosso merecimento e a glória do Grande Mestre, novamente nos abraçaremos, até lá,
Mil beijos.
Tania Pinheiro.
4 comentários:
Tania!
Infelizmente, essas são as molduras da vida. Cabe-nos completar a tela interior, sendo que o primeiro e o último detalhe é Dele!
Bjs. e orações,
Célia.
Sinto muito pela perda de sua amiga, Tania. Que Deus conforte a todos vocês, amigos e parentes. Abraço a todos!
...nada se perde, tudo se transforma, já dizia um grande pensador, e claro, nós não fugimos desse fluxo que na natureza se faz lei.
De alguma forma ela se faz viva dentro de vocês, (da Sra, Tata e familiares) só que agora dando mais amplitude ao sentimento, sem que vocês tenham que se reportar a uma determinada pessoa, pois ela faz parte, ou melhor, é parte de vocês. Não depende mais de lábios e olhos para sorrir, pois agora tem os de todos vocês, onde ela assim se perpetua.
Difícil pois nos acostumamos a ter um referencial, mas se ele estiver dentro e não fora? Fica assim mais fácil entender a dimensão do que as pessoas representam em nossas vidas. Algo além do que podemos tocar, mas sem limites para sentir.
Que possamos transformar nossos caminhos daqui em diante com as experiências vividas, buscando a sabedoria para sempre enxergamos sentido e aprendizado em todas elas, sem que a dor seja maior que vontade de acreditar em uma nova transformação.
Beijos e Abraços.
Ed
AINDA NAO CONSIGO FALAR SOBRE ISSO, MAIS AGRADEÇO POR TUDO...
ME SINTO COMO SE ESTIVESSE DENTRO DE UM LABIRINTO, E EU NAO SEI ONDE IR...
MÃE DESCANSE NA PAZ DO SENHOR...
CAMILA
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