Oi meus queridos,
Espero que vocês desculpem a
demora, porém, como já comentei, minha casa está de mofo do teto ao chão, o que
tem feito vários estragos tanta na saúde da Tatá (a rinite está judiando a
bichinha), quanto a minha, não posso nem sonhar em ter qualquer problema nos
pulmões!
O frio, a chuva, o mal estar
generalizado, acabam tirando um pouco da “pouca inspiração” que tenho para
escrever.
Mas, aqui estou, “vivendo e aprendendo a jogar”...
Eu tenho um traço de
personalidade, caráter, sei lá, porém, quando estou triste, muito sozinha ou
com problemas difíceis de resolver, eu canto! Isso, canto. Vou buscar no
fundo do baú pérolas, músicas como quase não se faz mais nos dias de hoje,
melodias que aquecem a alma e o coração... E aí... “queixo-me as rosas”, por não ter mais Cartola, tento, como
Taiguara, “descobrindo a vida, como se
antes nada existisse”, crer que “meu
coração vagabundo”, poderá quem sabe, “mesmo
quando o corpo pede um pouco mais de alma”, entender que, “o tempo não para” e eu também não!
Canto Pixinguinha... “Ah! Se tu soubesses como eu sou tão
carinhosa”... Canto Caymmi’s, o pai e os filhos: “É quando o sol vai chegando lá pro fim do mundo, pra noite chegar”
ou, “eu guardo em mim, tantas canções, de
tanto mar, tantas paixões”... Canto Dalva, “lembre-se apenas, que não é só casa e comida, que prendem por toda a
vida o coração de uma mulher”... E Lupicínio, “entra meu amor, fique a vontade”... Canto Erasmo, “eu não posso mais ficar aqui a esperar”...
E também canto as parcerias dele com Roberto, “não adianta nem tentar me esquecer”...
A música vai “lavando” minha
alma, vai me levando para lugares que nunca fui, sentindo saudades do que nunca
vivi...
Na juventude, cantei em uma
boate chamada Banzo, na Avenida Santo Amaro (SP). Eu tinha menos de 18 anos.
Meu pai adorava me ouvir cantar, e as escondidas, fez um acordo com o dono da
casa, de (rachar) meu cachê e o do pianista (êta cabra bom!). Cantei muito
Chico Buarque, Caetano, Gil, cantei Toquinho e Vinícius, Nelson Cavaquinho, Edu
Lobo, Paulo Vanzolini... A diferença, é que naquela época, com toda a
repressão, eu cantava FELIZ, por acreditar, que nós iríamos mudar o mundo!
Percebo, ou melhor, “confesso abestalhada” (como dizia o
grande Raul), que “nossos ídolos ainda
são os mesmos”, que a ordem é: “qualquer
maneira de amor vale a pena”, que, “nunca,
nem que o mundo caia sobre mim...” vou entender ou aceitar o que foi feito
com a cultura, a poesia, a esperança, os sonhos e a fé, do povo deste País.
Cazuza perguntou: “Brasil, qual é o teu negócio, o nome do teu
sócio?”, como não obteve respostas, desabafou, “a tua piscina está cheia de ratos”...
E aí, meu moleque
Gonzaguinha, num gesto de total e sincero abandono cantou “quando eu soltar a minha voz, por favor entenda”... me sinto como
na música “sangrando”: por nossa
falta de saúde básica no corpo, na mente, na alma, por nossa péssima educação
social, cultural e humana, por nossa idiotice em destruir sem pena nem dó, um
mundo tão rico, ofertado de graça, pela graça de Deus... “Enquanto os homens exercem seus podres poderes”, eu Tania, só
queria ter um coro de vozes felizes e crentes no verso: “Mas, se ergues da Justiça à clava forte, verás que um filho teu não
foge a luta”! Como isso é apenas “um sonho e nada mais”, continuarei nas
minhas cantorias.
Mil beijos,
Tania Pinheiro.
3 comentários:
Olhe Tania... já fiz muito isso... como não deu IBOPE, nem uns trocados... não gravei nenhum 'bolachão'... prefiro escutar boas músicas... pois se nossos '(des)governantes' não entendem o que gritamos pelas ruas... cantarolar hoje, para mim, seria como jogar pérolas aos 'porcos' que vivem suntuosamente, alimentam-se organicamente e cuidam da saúde em hospitais de referência, jamais no SUS... e, por ai vai... Você me fez cantarolar: ..."sou menino passarinho com vontade de voar"...
Beijo pra vc e a Tatá!
Célia.
Oi, Tania! Então somos três. Eu também canto quando estou triste, só que nunca tive talento pra fazer isso profissionalmente a não ser que me pagassem pra parar. Gosto de mudar as letras: "A sua piscina tá cheia de ratos. Todos de tanga com buraquinho pro rabo e unguento na cara". Bagunçar letra de música me anima demais. :) Obrigada por visitar meu blogolino e comentar! Você foi muito legal. Beijos pra vocês!
Nossa Carla! Sabe que eu também recebi tão dignas visitas? Superou o Papa! Até porque ele é tuiteiro e não blogueiro... portanto 'nossos santos não batem'... nem de papa móvel em congestionamento! Vivas à Tania e à Tatá... r*
Bjks, Célia, cantando a "Geni do Chico"... politicamente correta...r*
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