Oi meus queridos,
Por motivos que não sei
explicar, sempre fui muito “na minha”. Procurava ser o mais autossuficiente possível,
não chamar muito atenção... Talvez, eu até pudesse ser considerada uma criança triste.
Dos 9 aos 13 anos, não tive tempo e nem interesse por amiguinhas. Na verdade
gostava de jogar handebol, competir com os moleques da minha rua, nas corridas
de carrinhos de rolimã e ostentar orgulhosa, o título de campeã de bolinhas de
gude da Gomes de Carvalho!
As coisas foram mudando,
quando aos 14 anos, já “organicamente” mocinha, mas ainda me comportando como
um moleque, percebi que os meninos me olhavam diferente, um tanto debochados e,
as meninas, tinham um pavor de mim, visto que eu não me enquadrava muito no padrão
de mocinha prendada.
No ginásio, sempre preferi
conviver com homens, tive bons amigos, um inclusive, confidente e conselheiro,
o meu amado Guga, me abriu os olhos para a minha feminilidade... (Aonde será
que ele anda???)
Como me sentia feia e sem
graça, resolvi me sobressair pela cultura. Até comprei um óculos a lá John
Lennon, embora sem grau, para compor meu visual de pseudo intelectual! É mole?!!
(risos).
E aí, dá-lhe leitura. Não a “coleção
das moças”, poemas adocicados ou revistas tipo Capricho... Era Tolstoi, Sartre,
Shakespeare, Ariano Suassuna, Cecília Meireles, Maquiavel... Marx, e dele para
a política (ou para o despertar do interesse por ela, foi um pulo!).
Tive algumas paixões na adolescência.
Poucos, mas grandes amigos
como Emílio Camanzi, Zé Alexandre, meu irmão Ricardo, Carlinhos Cantobranco...
Não me lembro de amigas nesta época, além da Arlene, minha irmã adotiva.
Tive um grande amor amigo,
com quem vivi os melhores “séculos minutos” da minha vida. Além de amigo, ele
foi parceiro, amante, cúmplice, protetor e protegido, meu poeta, meu poema,
nome que bem poucos conhecem na minha história, pois creio que publicizar talvez
quebrasse o encantamento...
Já adulta, ainda eram os
homens os meus melhores amigos, como Wanderley Gradella (mas, ele trouxe a
irmã, minha Maninha como acompanhante), Ronivaldo Maia, que tornou-se, quando
chegou ao poder político, uma das minhas maiores decepções. Foi pior que uma
facada nas costas.
Em compensação, tenho George
Facundo que é meio filho, meio amigo, que eu só amo mesmo por ter sido parido
pela Ritinha (risos). Tive a Fátima Feitosa, a Fabiana (mas acho que fui mais
amigas delas do que o oposto). Tive o presente de conhecer Iracy Azevedo, e com
o câncer, Dra. Laura Testa, Dra. Priscila, Dr. Fábio, Dr. Eduardo, Dr. Bernardo.
Enfim, tanta gente que me tratou com carinho e amor, gratuita e graciosamente.
Não posso deixar de falar da Dra. Juliana com quem bem pouco conversei, mas,
nos entendemos com os olhos... Peço perdão a todos e a cada amigo que não citei
neste texto, não por desamor ou ingratidão, mas o “pobrema” não é o câncer, é a
memória.
Descobri que Deus tem
atitudes simplesmente FANTÁSTICAS: Ele faz de alguém parido por você, mais do
que carne da sua carne, amiga, parceira, mãe, filha, protetora, castradora no
sentido do “não deixo porque não te faz bem” e você, agradecida, aceita.
Você, querido amigo, sabe
que estou escrevendo esse texto principalmente do meu coração para o seu, para
lhe dizer, que confio plenamente, que tudo sairá da melhor forma, aquela que
fizer você e seus entes amados, felizes, serenos, plenos em suas
grandiosidades. Você é um ser iluminado, que escolheu como profissão, ouvir,
entender, acalmar e tentar ajudar o outro a encontrar o melhor caminho, a
melhor saída. Por isso, e só por isso, creio do fundo da alma, que o Mestre do
universo vai como Sábio Maior, te mostrar o caminho, a verdade, a real felicidade
e principalmente, colocar em seus olhos, e nesse seu sorriso tão irmão, a
alegria de ser como, o quê, e porque, você é! Tenha força, fé, e saiba: “tô na
área, se derrubar é pênalti”!
P.S. Entre os muitos amigos,
não posso esquecer de citar meus amores virtuais, que rogo ao Pai, um dia abraçar
pessoalmente, Célia Rangel e Carla Ceres, enfim, tantos e tantos anjos de luz,
que me fizeram continuar acreditando em Deus, na vida e nas pessoas.
Mil Beijos,
Tania Pinheiro.
3 comentários:
Ah! Que história linda de vida... Em muitos parágrafos fui me encontrando... Realmente, o Criador aproximou-nos... Não tenho dúvida alguma disso... A nossa garra em viver, apesar de... deve encucar ao Pai que traçou planos para nós, mas damos sempre um jeitinho de algo mais... Ai está a diferença em nossa humanidade: - buscamos sempre Ser; o resto não vale a pena e um grande detalhe: - não costumamos perder pênalti algum! Esse time: Tania / Tatá / Carla / Célia está escalado para toda a eternidade! É gol de placa, meninas!
Hipermegabeijo, Célia.
Oi, Tania e Tainá! Vai parecer que estou copiando o comentário da Célia, mas a verdade é que, em muitos pontos, a história deste post se parece com a minha, também. Fiquei muito contente de ser escalada pra esse time de amigas. Vocês são especiais. Beijos!
Boa noite!!!
Que fantástica história de vida!!! Amei... Foi um prazer conhece-la mesmo que nos coletivos da vida... Sempre que possível passarei em seu blog ;)
Deus te abençoe com muita força e saúde!!!!
Abraços
Camila (ônibus Rio Pequeno)
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