Oi meus queridos,
*Esse texto foi escrito no
dia 1° de maio, e só está sendo postado agora, pois eu sou filha de Deus, e
também merecia o fim de semana para lavar roupa e cuidar da casa, coisa que
trabalhador faz quando tem folga. Desculpa aí.
Hoje 1° de maio, feriado,
comemora-se o DIA DO TRABALHADOR, ou seja, o NOSSO dia, que com o suor dos
nossos corpos, da força dos nossos músculos, do brilho das nossas
inteligências, enfim, a total doação de nossas vidas para ganharmos o pão e
alimentarmos os nossos HONESTAMENTE, temos pelo menos hoje o reconhecimento de
nossas existências.
Desde que nossas terras
foram invadidas e rebatizadas pelos europeus, que ao apoderarem-se do solo e de
tudo e todos que nele viviam, somos roubados, espoliados, enganados (até com
espelhinhos), vimos pacificamente à retirada do ouro, pedras preciosas, metais
diversos, assistimos impotentes à derrubada das matas e florestas, a poluição
dos rios e mares, o extermínio de pássaros, animais, e até de gente contrabandeada
para servir como escravos, inclusive sexuais, ou doadores “VOLUNTÁRIOS” de
órgãos, e por incrível que pareça isso continua acontecendo nos dias de hoje,
em pleno século XXI.
Lá se vão 514 anos de
exploração, desrespeito, descaso, falta de amor a Pátria!
Os políticos que nós, na
nossa pouca cultura e enorme esperança, elegemos, não demora, botam as
manguinhas de fora, juntam-se a camarilha que já está estabelecida e, com seus
assentos garantidos tornam-se para nós mais uma decepção, mais uma punhalada.
O incrível é que apesar de
tudo isso, apesar dos invasores e governantes por nós escolhidos, apesar dos
desvios de verba, de saúde e educação inexistentes, de Copas e Olimpíadas
mega-hiper-super faturadas, para benefício sempre dos MESMOS, continuamos um
País rico, na mira gananciosa das gangues locais e internacionais.
O Brasil é um dos países com
maior número de feriados no mundo, isso se não for o maior! Mas você sabe quanto
nos custa, a nós trabalhadores, um feriado?
Se por acaso ele ocorrer na
quinta ou segunda-feira, os que podem emendam, e aí, para-se a produção, diminui
o comércio, as escolas dão-se ao luxo de não funcionar, e consequentemente, não
ensinar nossas crianças e jovens, e tudo isso reflete diretamente em nossos
impostos e taxas!
Já foi pior, quando eu era
menina, os dias Santos também eram feriado! Sinceramente, não sei quem foi o
iluminado que acabou com esse absurdo, mas tiro o meu chapéu!
Resolvi me dar o direito de
não fazer nada, só por hoje, ficar na cama, ler um livro, tomar um chá quente,
ligar para os amigos, enfim, no único dia em que posso comemorar minha
utilidade ao “sistema”, resolvi ser quase tão inútil quanto aqueles que vivem
365 dias em folgas e festas. Ainda fui dadivosa e dei folga pra Tatá, que pelo
menos no 1° de maio, ficou livre da minha rabugice (tadinha).
Porém, amanhã volto à luta,
e só para contrariar, para “encher o saco”, vou continuar honesta, pagando
minhas contas, respeitando o bem alheio, devolvendo o troco que me for dado a
mais... Só por que me dá prazer dormir em paz, continuarei aos 61 anos, me
orgulhando de não ter participado ou participar de qualquer patifaria cometida
pelos inúmeros políticos para os quais eu trabalhei!
Como dizia o meu Moleque, “eu
acredito na rapaziada” e com orgulho, saúdo a cada trabalhador e trabalhadora
deste País, que pela misericórdia Divina não foi por Deus abandonado.
Salve o 1° de maio, viva o
povo brasileiro!
Mil beijos,
Tania Pinheiro.
2 comentários:
Olá, Tania!
Realmente difícil de se comemorar algo em nome de um trabalho digno, honesto e gratificante, quando vemos s remuneração do mesmo. Falta salário e sobram dias para administrar a fome, a insciência, a insalubridade, a falta de moradia... Enfim, a mínima dignidade humana, para experienciarmos uma vida melhor para todos. Vamos ao chá e ao bom livro! Oras! Merecemos!
Beijos.
Quer saber de uma coisa, Tania? Seu texto foi um dos melhores que li sobre o Dia do Trabalho. Você é direta, verdadeira e coerente. Já os políticos que se manifestaram na data deram um show de falsidade, elogiando o que não praticam.
Muito obrigada pela força pro meu texto sobre a inveja. Seu comentário foi, como sempre, gentil e certeiro. Quanto ao livro, caso a Tainá esteja interessada, posso enviar meu exemplar pra ela de presente. Está praticamente novo. Nem grifei. É só vocês me mandarem um endereço com CEP. Beijos!
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