quarta-feira, 24 de abril de 2013

Ah! os meus botões...



Oi meus queridos,

É engraçado como a idade, a solidão, a preguiça de sair e buscar novidades, a acomodação, enfim, zilhões de motivos e motivações (ou falta deles) nos torna experts em papear com nossos botões!
Eu confesso, fiz dos meus, amigos, confidentes, cúmplices... A única chatice é que às vezes, sinto falta do diálogo, ou da discordância, ou do apoio eufórico. Meus botões são mudos como portas! Mas, estão sempre prontos, quando preciso divagar, dizer bobagens, blasfemar, coisas que no meu entender, somente eles são capazes de ouvir e aceitar sem sentir mágoa, raiva ou desapontamento.
Então, com eles falei sobre os atentados em Boston, o assalto do preço do tomate, a alegria de mais de uma semana de céu azul, enfim, as coisas comuns do meu cotidiano mais comum ainda!
Às vezes, penso que se eu soubesse lidar com o computador, falaria com Deus e o mundo!!! Procuraria amigos do passado, faria pesquisas sobre temas que me atraem, conversaria com gente de mil lugares...
Depois, paro, penso, e acho que é melhor não. O que conheço de gente que foi abduzida pela internet e deixou de viver ao vivo para estar conectada, plugada, online... Quero não, oh! Ainda prefiro meus botões... e o lápis, o caderno pautado, o som da FM Brasil, e a delícia de colocar meu coração no papel, com toda a sincera simplicidade de uma sexagenária assumida!
Embora pareça sem graça, até que a minha vida não é tão chata assim, e enquanto a Tatá estiver disponível, tenho esse espaço que adoro, a parceria com vocês, a certeza de ter em cada visitante um amigo querido, que torce por mim, da mesma maneira como eu me entrego de coração para cada um...
E, sabendo do quanto é bom ter opções, tiro o meu casaco preferido, coloco-o no espaldar da minha cama e digo sorridente e agradecida “até amanhã” pros meus botões...
Pra vocês, até logo...

Mil beijos,
Tania Pinheiro.

terça-feira, 16 de abril de 2013

A difícil tarefa de encarar o espelho...




Oi meus queridos,

É engraçado quando nos sentimos em falta com o nosso “eu mesmo”! Engraçado e difícil, assumir que, idioticamente, mentimos para nós mesmos tentando nos auto enganar. Fingimos força que não temos, coragem que nem conhecemos, segurança que passa longe de ser real, alegria forçada, esperança fictícia...
Estou fazendo sessões de reabilitação. Na verdade, era para tê-las feito, logo após a cirurgia, e por motivo que nem eu sei explicar, não fiz.
As fisioterapeutas me alertaram sobre um problema que eu desconhecia: Linfedema, que nada mais é que um inchaço causado pela má circulação que pode ter resultados seríssimos!
O que causa o linfedema?                   
Tudo o que irresponsavelmente tenho feito: pegar peso, fazer esforço repetitivo, não executar os exercícios que auxiliam na recuperação da musculatura, dormir e me alimentar mal, enfim...
De repente, apesar de ter vencido o câncer (?!?) não tenho levado a sério “a manutenção”, não estou fazendo as coisas da forma como deveria. Continuo angustiada, querendo bancar a mulher maravilha, continuo não dando atenção as minhas carências, tomando os remédios irregularmente, enfim, brincando com a sorte que tive de estar viva!
É duro me olhar no espelho e confessar para mim mesma, que estou sendo imatura e irresponsável!
Na verdade, ainda tenho uma enorme dificuldade em lidar com as minhas fragilidades. Não aprendi a me permitir pedir colo, mostrar minhas fraquezas, confessar meus medos...
Me olhando frente a frente, o que vejo refletido no espelho, é a imagem de uma mulher assustada, sofrida, com uma vontade imensa de ser “um pouquinho só, feliz”!
Por amor e respeito, não só aos que me amam, mas, a mim mesma, preciso mudar minhas atitudes, enfrentar meus fantasmas apostar num amanhã mais bonito, saudável e iluminado. Preciso acreditar que o Pai me ama, por isso me deu mais um tempo para terminar minha missão!
Preciso voltar a sorrir e olhar a vida com mais alegria e esperança. Apesar de todas as mazelas e sequelas que nos cercam, todos os dias um novo sol nos aquece e ilumina, abrindo uma fresta em nosso coração para acreditarmos que podemos fazer de hoje, um dia melhor. 

Eu acredito!!!

Mil beijos,
Tania Pinheiro.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Quando a ordem é ir em frente...



Oi meus queridos,

Então... O tempo que passei sem escrever, não sei se por tristeza, solidão, melancolia ou mesmo por só ter como alternativa pensar, PENSEI pra caramba!
Avaliei meus sonhos realizados e os perdidos também, minhas vitórias e derrotas, minhas perdas e lucros, meus acertos e desmandos, avaliei minhas boas apostas e os ledos enganos, relembrei os ódios fúteis e as paixões avassaladoras...
Mexendo no baú da memória, encontrei amigos queridos e verdadeiros, que se foram com tempo, a distância, “o não mais encontrar”; amores enormes, profundos, dilacerantes, arrasadores, que enquanto vividos pareciam “pra sempre!”... Quando acabavam, acabavam de forma tão definitiva, que não consigo lembrar o gosto do beijo, o cheiro dos cabelos ou o peso do corpo... Ficaram guardados, perdidos no baú...
Passei noites e noites lembrando e contando pra minha Tatá, as peripécias da minha juventude; o tempo do Teatro de Arena, onde tive a felicidade de conviver com Antônio Pedro, Os Guarnieres (pai e filhos), Plinio Marcos, Aldo Bueno, Zanoni Ferrite, Wolf Maia (em começo de carreira, simples, doce, alegre e generoso. Será que o Wolfinho mudou?), fiz Zumbi, Marta Saré (atuando), no Ruth Escobar ajudei a produzir Castro Alves Pede Passagem (Antônio Fagundes era coadjuvante, Zanoni era a estrela maior!) e ainda tive a alegria de participar do Balcão e Cemitério de Automóveis...
Lembro Daniela Escobar, tão jovem, tão linda e carente, ganhei dela o Aleph (de Jorge Luis Borges) e me emocionei com o carinho da menina de olhos tristes e ar desafiador! Nunca mais a vi. Gostaria de sabê-la feliz.
O tempo que fiquei sem escrever passei-o fazendo faxina na memória, afinal, são 60 anos e se não me cuidar, o “Alemão” me pega! Estou cheia de baboseiras para contar pra vocês. Nada como o tempo para armazenar bagulhos!
É... Tem muita coisa engraçada, muitos momentos de angústia, muitas lembranças de gentes e lugares que não gostaria de esquecer ou guardar só pra mim! A ordem é seguir em frente é verdade, porém, sem abandonar o que vivi.

Mil beijos,
Tania Pinheiro.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Olha eu de novo!!!



Oi meus queridos,

Que saudades! Resolvi aproveitar a graça do Renascimento do Cristo, para deixar de lado minha auto piedade, meu medo de não corresponder a todas as expectativas de todos, o tempo todo, resolvi enfrentar minha realidade não tão glamorosa, aceitar que só eu poderei resolver os meus problemas, deixando que os outros resolvam os seus...
Dizer que as coisas estão fáceis, seria piada de mau gosto. Não estão!
A saúde está meia boca (a minha e a da Tatá), ainda não consegui trabalho remunerado, nunca senti tantas dores (acho que é para pagar a língua, já que sempre tirei sarro das pessoas que reclamavam “doença”), acabou meu auxílio saúde e estou na expectativa da renovação, estou com depressão, mas, VIVA!
Descobri que isso é benção pra mais de metro. Estou viva, saudável, pensando em alternativas de futuro, querendo lançar meu livro novo, sonhando em tomar uma gelada lá no Nordeste com pessoas que amo, e ainda de quebra, resolver pendências que ainda me incomodam... Enfim, agradecendo a Deus, a graça do Sol, da chuva, dos filhos, parentes, amigos e aderentes, pedindo força e abraçando com toda a determinação as oportunidades que a vida tem me ofertado.
Estava pensando em plagiar os gênios da nossa música e dizer que:
“Ando tão a flor da pele”, “que às vezes me sinto como quem partiu ou morreu”... Então, “mesmo sabendo que o tempo não para, eu finjo ter paciência” e, “confesso, acordei achando tudo diferente...”. Na realidade, “eu tava triste, tristinha, mais sem graça que a top model magrela na passarela”, sentindo que “meu coração vagabundo quer guardar o mundo em mim”, mas, “o meu coração ateu quase acreditou” “que as rosas não falam...” “e aí, eu comecei a cometer loucuras!!!” e por loucura ou ironia, me disse: “vai, abandona a morte em vida em que hoje estás” e não esqueça, “é preciso saber viver!”. No mais, o que posso afirmar com certeza, é que “amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves” e como não pode deixar de ser, “ouça um bom conselho que lhe dou de graça”: “comece o dia amando mais você”, sabendo que “Deus dará”, já que, “tudo passa e o mundo pode ser seu”!
E como dizia o sábio Benjor “quem não saltar agora, só em Realengo”!
Apesar do atraso, Feliz Páscoa, que o menino Cristinho encha seu coração de luz, fé, amor, doçura e agradecimento, renascendo em você, todos os dias, muita saúde, paz, alegria e vontade de vencer...
Vai dar certo! Eu acredito.
Amo vocês de todo o coração.
Voltei e espero não decepcioná-los mais com meus loucos sumiços. Vou me esforçar para estar mais presente, até por que, o calor de vocês, o carinho, a atenção, as palavras de apoio e incentivo, me ajudam a continuar a caminhada.

Mil beijos,
Tania Pinheiro.