sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Não querendo ser arrogante, por favor, deixe que eu lhe ofereça meu colo...


Oi meus queridos,

Por motivos que não sei explicar, sempre fui muito “na minha”. Procurava ser o mais autossuficiente possível, não chamar muito atenção... Talvez, eu até pudesse ser considerada uma criança triste. Dos 9 aos 13 anos, não tive tempo e nem interesse por amiguinhas. Na verdade gostava de jogar handebol, competir com os moleques da minha rua, nas corridas de carrinhos de rolimã e ostentar orgulhosa, o título de campeã de bolinhas de gude da Gomes de Carvalho!
As coisas foram mudando, quando aos 14 anos, já “organicamente” mocinha, mas ainda me comportando como um moleque, percebi que os meninos me olhavam diferente, um tanto debochados e, as meninas, tinham um pavor de mim, visto que eu não me enquadrava muito no padrão de mocinha prendada.  
No ginásio, sempre preferi conviver com homens, tive bons amigos, um inclusive, confidente e conselheiro, o meu amado Guga, me abriu os olhos para a minha feminilidade... (Aonde será que ele anda???)
Como me sentia feia e sem graça, resolvi me sobressair pela cultura. Até comprei um óculos a lá John Lennon, embora sem grau, para compor meu visual de pseudo intelectual! É mole?!! (risos).
E aí, dá-lhe leitura. Não a “coleção das moças”, poemas adocicados ou revistas tipo Capricho... Era Tolstoi, Sartre, Shakespeare, Ariano Suassuna, Cecília Meireles, Maquiavel... Marx, e dele para a política (ou para o despertar do interesse por ela, foi um pulo!).
Tive algumas paixões na adolescência.
Poucos, mas grandes amigos como Emílio Camanzi, Zé Alexandre, meu irmão Ricardo, Carlinhos Cantobranco... Não me lembro de amigas nesta época, além da Arlene, minha irmã adotiva.
Tive um grande amor amigo, com quem vivi os melhores “séculos minutos” da minha vida. Além de amigo, ele foi parceiro, amante, cúmplice, protetor e protegido, meu poeta, meu poema, nome que bem poucos conhecem na minha história, pois creio que publicizar talvez quebrasse o encantamento...
Já adulta, ainda eram os homens os meus melhores amigos, como Wanderley Gradella (mas, ele trouxe a irmã, minha Maninha como acompanhante), Ronivaldo Maia, que tornou-se, quando chegou ao poder político, uma das minhas maiores decepções. Foi pior que uma facada nas costas.
Em compensação, tenho George Facundo que é meio filho, meio amigo, que eu só amo mesmo por ter sido parido pela Ritinha (risos). Tive a Fátima Feitosa, a Fabiana (mas acho que fui mais amigas delas do que o oposto). Tive o presente de conhecer Iracy Azevedo, e com o câncer, Dra. Laura Testa, Dra. Priscila, Dr. Fábio, Dr. Eduardo, Dr. Bernardo. Enfim, tanta gente que me tratou com carinho e amor, gratuita e graciosamente. Não posso deixar de falar da Dra. Juliana com quem bem pouco conversei, mas, nos entendemos com os olhos... Peço perdão a todos e a cada amigo que não citei neste texto, não por desamor ou ingratidão, mas o “pobrema” não é o câncer, é a memória.
Descobri que Deus tem atitudes simplesmente FANTÁSTICAS: Ele faz de alguém parido por você, mais do que carne da sua carne, amiga, parceira, mãe, filha, protetora, castradora no sentido do “não deixo porque não te faz bem” e você, agradecida, aceita.
Você, querido amigo, sabe que estou escrevendo esse texto principalmente do meu coração para o seu, para lhe dizer, que confio plenamente, que tudo sairá da melhor forma, aquela que fizer você e seus entes amados, felizes, serenos, plenos em suas grandiosidades. Você é um ser iluminado, que escolheu como profissão, ouvir, entender, acalmar e tentar ajudar o outro a encontrar o melhor caminho, a melhor saída. Por isso, e só por isso, creio do fundo da alma, que o Mestre do universo vai como Sábio Maior, te mostrar o caminho, a verdade, a real felicidade e principalmente, colocar em seus olhos, e nesse seu sorriso tão irmão, a alegria de ser como, o quê, e porque, você é! Tenha força, fé, e saiba: “tô na área, se derrubar é pênalti”!
P.S. Entre os muitos amigos, não posso esquecer de citar meus amores virtuais, que rogo ao Pai, um dia abraçar pessoalmente, Célia Rangel e Carla Ceres, enfim, tantos e tantos anjos de luz, que me fizeram continuar acreditando em Deus, na vida e nas pessoas.

Mil Beijos,
Tania Pinheiro.

          

3 comentários:

Célia disse...

Ah! Que história linda de vida... Em muitos parágrafos fui me encontrando... Realmente, o Criador aproximou-nos... Não tenho dúvida alguma disso... A nossa garra em viver, apesar de... deve encucar ao Pai que traçou planos para nós, mas damos sempre um jeitinho de algo mais... Ai está a diferença em nossa humanidade: - buscamos sempre Ser; o resto não vale a pena e um grande detalhe: - não costumamos perder pênalti algum! Esse time: Tania / Tatá / Carla / Célia está escalado para toda a eternidade! É gol de placa, meninas!
Hipermegabeijo, Célia.

Carla Ceres disse...

Oi, Tania e Tainá! Vai parecer que estou copiando o comentário da Célia, mas a verdade é que, em muitos pontos, a história deste post se parece com a minha, também. Fiquei muito contente de ser escalada pra esse time de amigas. Vocês são especiais. Beijos!

Camila disse...

Boa noite!!!

Que fantástica história de vida!!! Amei... Foi um prazer conhece-la mesmo que nos coletivos da vida... Sempre que possível passarei em seu blog ;)

Deus te abençoe com muita força e saúde!!!!

Abraços
Camila (ônibus Rio Pequeno)